A Associação 4G Americas está levantando uma nova preocupação no que diz respeito à infraestrutura para os grandes eventos esportivos que serão abrigados pelo Brasil. Segundo Erasmo Rojas, diretor executivo da entidade, é importante que governo e operadoras consigam trabalhar para reduzir as tarifas de roaming internacional a tempo de fazer as mudanças necessárias para os eventos. Hoje, o roaming internacional de voz e, sobretudo, de dados, pode gerar para o usuário desavisado valores absurdos nas contas de telefones utilizados fora do país. Essa situação se deve a questões tributárias, técnicas mas também a uma falta de iniciativa das operadoras no sentido de buscar acordos internacionais que permitam custos mais baixos, partindo-se do princípio de que o usuário que leva seu telefone para outros países tem recursos para bancar os gastos.
Acontece que o governo, por meio do leilão de 4G, está determinando o atendimento prioritário com redes 4G nas cidades da Copa do Mundo, e em especial nas regiões de grande fluxo turístico. Isso significa que existe a expectativa de que nesses locais, clientes de operadoras estrangeiras utilizem seus celulares.
"O Brasil será o primeiro país do mundo a abrigar um grande evento esportivo com grande fluxo de pessoas com redes 4G. Em Londres, que abriga as Olimpíadas este ano, a cobertura será ainda limitada a tecnologias HSPA+", diz Rojas. "É preciso desenvolver os planos que serão praticados para 4G, testá-los e divulgá-los adequadamente antes da Copa", diz Rojas. A entrevista com Rojas foi feita durante o Mobile World Congress, que acontece esta semana em Barcelona, depois que o ministro das Comunicações Paulo Bernardo declarou já estar em entendimentos iniciais com países sul-americanos para endereçar a questão do roaming internacional.
