Provedores de acesso protestam contra postura do governo

Uma alegada "boa vontade" do governo em relação às teles no projeto PC Conectado, que pretende criar mecanismos de acesso à Internet para a população de baixa renda, está irritando os provedores de acesso. Nesta terça, 1, o ministro Eunício de Oliveiro chegou a elogiar a proposta das incumbents de oferecerem acesso ao programa PC Conectado cobrando apenas R$ 7,50 (brutos). Disse que esse seria o acesso à Internet "mais barato do mundo".
As associações setoriais representativas do mercado de provedores, Abranet e Internet Brasil, contudo, estão protestando. Em nota conjunta, as associações acusam as teles de "enganarem" o governo e a população com a proposta. Exigem que o governo mude o modelo de negócios do projeto PC Conectado e que traga os provedores para participarem justamente "do processo e da receita em função do serviço que prestam".
Segundo as associações, a proposta das operadoras prevê que dos R$ 7,50 cobrados do consumidor pelo acesso à Internet de 15 horas no programa PC Conectado, "apenas R$ 0,75 seria repassado aos provedores, que são responsáveis por todo o serviço". As entidades propuseram então o inverso, ou seja, os provedores passam a cobrar R$ 7,50 e a repassar para as teles R$ 0,75 como "remuneração dos pulsos das primeiras 15 horas de acesso".

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O governo está demandando das empresas soluções para que se ofereça computadores financiados a baixos custos e com acesso à Internet para a população menos abastada. As teles ofereceram ao governo uma proposta de conectividade a R$ 7,50 por usuário por 15 horas de acesso, incluindo os pulsos. De acordo com os estudos das associações de provedores de acesso, contudo, hoje 80% dos usuários de classe C utilizam a Internet em horários de tarifas reduzida e dentro da franquia de pulsos já incluída na assinatura básica, que todos os assinantes de telefonia fixa são obrigados a pagar. Se este usuário pagar mais R$ 7,50, haveria duas cobranças sobre o mesmo pulso, argumentam os provedores. Na prática, o que os cerca de 1,2 mil provedores querem é manter o mercado fora da mão das teles, garantindo a eles condições econômicas de oferecer conteúdos, suporte e conectividade.

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