Especialistas defendem manutenção da terceirização de Call Centers

No primeiro dia do 57º Painel Telebrasil, especialistas defenderam a terceirização de call centers como uma forma de levar mais agilidade e inovação tecnológica para o setor, inclusive nas empresas de telecomunicações, que ultimamente vêm sendo questionadas sobre essa prática.

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Segundo Claudia Viegas, da LCA Consultoria, a relação cada vez mais complexa entre usuários e empresas de telecom cria uma demanda por serviços de call centers ainda mais especializados. "Antes tínhamos uma cenário onde as empresas ofereciam serviço de telefonia aos consumidores. Hoje há a uma série de serviços, que envolvem dados e comunicação de voz, que criam uma relação mais complexa entre empresas e usuários", afirma.

A terceirização seria uma maneira de conseguir dar a esse novo cliente um serviço de mais qualidade. "Terceirizar não significa delegar a um terceiro, mas contratar um serviço especializado e, em um cenário de relações mais complexas, quanto mais especializado, mais eficiente e de qualidade é um serviço", afirma.

A especialista defendeu que a precarização nas relações de trabalho terceirizadas seja combatida. "Mas essa precarização não é uma exclusividade dos serviços terceirizados, e sim uma realidade de todos os setores", completa Viegas.

Relator do Projeto de Lei (PL) nº 4.330, de 2004, o deputado Arthur Maia (PMDB-BA) defendeu um novo marco legal para a terceirização que ajude a corrigir as distorções do setor. "Hoje muitas empresas funcionam como intermediadoras de mão de obra, e essa é a primeira questão que precisamos combater", afirmou.

Hoje a lei brasileira proíbe a terceirização de atividade fim, permitindo apenas para a atividade meio. Para Maia esse olhar deve ser mudado, passando a se considerar a especialização do trabalho que se pretende terceirizar. "O importante não é se é (atividade) meio ou fim. A questão é: a empresa está contratando um serviço especializado, ou simplesmente intermediando as suas contratações?", disse.

Caso o PL seja aprovado empresas com objeto social múltiplo não poderão ser contratadas como terceirizadas. A ideia é a acabar com a realidade de muitos órgãos onde uma empresa assume uma série de serviços, desde limpeza, telefonia, até atividades mais complexas como engenharia e comunicação.

Um representante da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações (Fenattel) relatou uma série de problemas que o setor enfrenta. "No nosso cotidiano vemos a precarização do trabalho. Empresas terceirizadas não repassam o FGTS, o INSS, prometem vale transporte e outros direitos trabalhistas e não cumprem", contou. Para ele são necessários regras mais claras e um controle mais rígido desse tipo de atividade. "Não somos contra a terceirização, o que não pode acontecer é submeter os trabalhadores terceirizados a situações como estas que expus", completou.

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