Standard & Poor's também rebaixa nota da Oi para "junk"

A ressaca do calote de 897 milhões de euros dado pela RioForte, holding do Banco Espírito Santo (BES), na Portugal Telecom (PT) continua a respingar no Brasil. Após ter a nota rebaixada pela Fitch, a Oi informou ao mercado nesta sexta-feira, 18, que a Standard & Poor's (S&P) anunciou a revisão do rating de crédito atribuído à empresa, retirando-a do grau internacional de investimento para o especulativo. Isso porque, na avaliação da S&P, o rating de longo prazo na escala global diminuiu de BBB- para BB+, conhecido como status "junk" ("lixo").

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A S&P diz que a perspectiva/CreditWatch da operadora ficou "estável" após a revisão na redução do rating. No começo do mês, após o anúncio do empréstimo da PT à RioForte, a empresa havia colocado o CreditWatch da Oi como negativo. Na época, a agência explicou que avaliou a "potencial perda desses investimentos e seus efeitos no perfil de risco financeiro da Oi e na sua liquidez, uma vez que isso poderia fazer com que a Oi levasse mais tempo para reduzir sua alavancagem em relação às nossas expectativas inicias, caso a empresa tenha de assumir tal perda".

Os ratings de crédito da Standard & Poor's não são indicadores de investimento, mas avaliações de qualidade de crédito e, "em alguns casos, podem mostrar o grau de recuperação de investimento em uma situação default". No entanto, o rating de BBB- significa o nível mais baixo na categoria de grau de investimento, enquanto a nota BB+ é considerada o nível mais alto de grau especulativo.

Já na escala nacional, a nota de crédito avaliada pela S&P foi de brAAA para brAA+. A nota brAAA era a mais alta na escala da firma, mostrando a capacidade do devedor de honrar compromissos financeiros. A diferença para brAA+ é pequena, portanto sendo considerada ainda forte a capacidade da Oi de honrar compromissos financeiros.

Na quarta-feira, 16, a Standard & Poor's já havia rebaixado o rating do BES de B+ para B-. No dia seguinte, a Fitch também cortou os ratings tanto da PT quanto da Oi para o patamar especulativo BB+, ou junkie. Embora a dívida ainda possa ser paga sem caracterizar o default até o dia 20, considerando o período de cura, há poucas chances de que isso venha a acontecer. Na própria quarta-feira, PT e Oi informaram em fato relevante a celebração de um memorando de entendimento (MOU) em que a relação de troca de ações entre as empresas muda no processo de fusão, pelo menos temporariamente, até que a dívida seja sanada.

Papéis em queda

A turbulência não deixou o mercado menos aflito em relação à operadora brasileira. A Oi fechou a semana na Bovespa com a mesma tendência de queda livre registrada nos últimos dias. As ações OIBR3 ON caíram 4,73% nesta sexta e foram vendidas a R$ 1,61. Desde o começo de julho, essa cotação despencou 26,20%, enquanto no ano a queda já foi de 53,57%. Por sua vez, os papéis OIBR4 PN recuaram 5,45% e fecharam o dia a R$ 1,59, uma queda de 24,66% no mês e 54,17% no ano.

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