MPF quer acelerar processo, mas defesa deve protelar ao máximo

Terminada a fase de depoimentos dos réus no julgamento do caso que envolve o Opportunity de Daniel Dantas e a empresa Kroll numa rede de espionagem de empresários, integrantes do governo e jornalistas, a atenção se volta para as testemunhas indicadas pela acusação e pela defesa. O Ministério Público Federal trabalha para que haja celeridade. E a expectativa é que os advogados de defesa manobrem para protelar ao máximo o desfecho do julgamento.
A razão é simples. Como as penas para os crimes denunciados são relativamente baixas e os réus são na maioria primários, manobras que adiem o resultado final do processo podem levar a que, mesmo condenados, não haja qualquer punição efetiva.
A procuradora da República Anamara Osório Silva de Sordi tem a expectativa de que se possa acelerar o processo. Ela acredita que, diante da disposição da Justiça Federal em manter um bom ritmo de audiências, a defesa desista de certas estratégias.

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Um dos estratagemas que a defesa pode lançar mão é indicar um número enorme de testemunhas de defesa ? como são 25 réus no caso, os advogados podem indicar até 200 pessoas para serem ouvidas.
Como há outros casos analisados pela 5ª Vara da Justiça Federal, alguns com prioridade por ter réus presos, dificilmente tais testemunhas serão ouvidas em seqüência. Além disso, a defesa pode indicar testemunhas para serem ouvidas em outras cidades, Estados ou países.
Mas antes das testemunhas, a Justiça ainda precisa, por meio de uma carta rogatória, ouvir quatro réus que estão nos Estados Unidos. Necessita ainda ouvir as testemunhas indicadas pela acusação, que tem direito a indicar oito para cada um dos dois processos.
Somados todos esses fatores, e considerando o tempo necessário para intimar as testemunhas, o julgamento do caso pode acabar apenas em 2008. E aos réus ainda haverá a possibilidade de recurso, caso sejam condenados.
Pelo lado da defesa, acompanharam o depoimento de Dantas na terça-feira, 30, quatro criminalistas: Wilson Mirza, Nélio Machado, Alberto Toron e Ilana Müller. A nova gestão da Brasil Telecom (BrT) enviou reclamação à CVM alegando abuso de gestão do Opportunity, quando estava no comando da operadora de telecomunicações, por pagar mais de R$ 20 milhões a advogados que atuaram no caso Kroll. Segundo a BrT, trata-se de uma causa que atende diretamente os interesses de Dantas e seu grupo e não aos interesses da companhia.
Do lado da acusação, atuaram os advogados Elisabeth Queijo e Luis Felipe Buratto indicados pelo empresário Luis Roberto Demarco e o jornalista Paulo Henrique Amorim, vítimas das ações de espionagem.

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