Após o anúncio de todas as outras operadoras, a Telefônica/Vivo enfim lançou sua rede 4G no Brasil nesta terça-feira, 30, data limite de acordo com as obrigações do edital do leilão do 2,5 GHz da Anatel. Além de oferecer o serviço nas seis cidades-sede da Copa das Confederações (Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Fortaleza), a companhia já atua com o LTE também em São Paulo. A capital paulista, aliás, recebeu bastante atenção: a Vivo afirma cobrir mais de 60% da área metropolitana (a obrigação do edital exige mais de 50% nas cidades-sede). Segundo o secretário municipal de serviços da capital paulista, Simão Pedro, o prefeito Fernando Haddad vai facilitar a instalação de infraestrutura para as operadoras. "Ele se comprometeu a estudar a modernização e atualização da lei para a cidade responder plenamente ao 4G. Já estamos com a minuta para ser enviada para a Câmara, está quase no final", disse ele.
De acordo com a operadora, a maioria das antenas para o LTE aproveitou os sites 3G já instalados e licenciados. A empresa diz ainda que em maio a cobertura será estendida para a região do ABC paulista. Para informar o consumidor nas cidades onde a rede está disponível, a Vivo oferece um portal que detalha as áreas de cobertura do serviço LTE, tanto indoor quanto outdoor.
Segundo o secretário de estado de Planejamento e Desenvolvimento Regional de São Paulo, Julio Semeghini, a iniciativa do lançamento na capital foi positiva. Mas ele afirmou que a lei das antenas está "bastante ultrapassada e precisa ser revista" para permitir maior expansão da cobertura. "Estamos brigando para que o LTE chegue a lugares onde não temos nem 3G", reclamou.
Escolha do lote
"Sabemos que temos para dezembro deste ano o compromisso de chegar a todas as cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. Além disso, ainda tem todas as subsedes; algumas nem foram escolhidas ainda, e isso aumenta o desafio", afirmou o presidente da Telefônica/Vivo, Antonio Carlos Valente. Em maio do ano que vem, a meta, ainda de acordo com o edital do 4G, é de chegar a cidades com mais de 500 mil habitantes. O executivo destacou ainda a escolha do lote na licitação, correspondente à banda X, que incluiu mais banda (20 MHz + 20 MHz) e obrigações de 450 MHz em áreas estratégicas, como interior de São Paulo, Minas Gerais e do Nordeste, região onde a operadora chegou por último. "Conseguimos comprar o bloco que queríamos", afirmou.
Valente lembra ainda que o compartilhamento da rede com a Claro (que também arrematou 40 MHz no leilão) está em andamento. "Temos um memorando de entendimento que foi recentemente ratificado e estamos trabalhando em todos os procedimentos e metodologias", diz. Ainda assim, ele lembra que não há contrato assinado publicamente. "Acho melhor não comentar ainda, mas o status é que estamos trabalhando em cima do memorando que foi ratificado".
Como estratégia de negócios, a empresa afirma oferecer a maior quantidade de franquia de dados para os usuários que decidirem assinar os planos 4G Plus, nome comercial adotado pela companhia. Além disso, por oferecer maior largura de banda, a Vivo afirma que é capaz de oferecer mais velocidade para o usuário final. "As operadoras que pegaram 20 MHz + 20 MHz lá fora chamaram isso de 4G 'super fast', porque tem mais velocidade", afirma o diretor-geral da companhia, Paulo César Teixeira. "Queremos ser líderes", complementa Antonio Valente, recusando-se a comentar expectativa de usuários. Naturalmente, a operadora espera que a maior parte da base inicial do 4G seja definida por clientes já existentes que irão migrar dos serviços de 3G e HSPA+.
Planos
Entre os planos de 4G da Vivo, destaca-se o serviço Vivo Box, que utiliza um modem fixo da Huawei que recebe o sinal LTE e distribuí na residência ou empresa via Wi-Fi para até quatro aparelhos. Por R$ 159,90, o plano conta com franquia de até 40 GB, que a operadora afirma ser a maior ofertada em 4G no Brasil. O plano LTE para tablets e notebooks pode ter até 20 GB de franquia por mês, com preço de R$ 159,90.
Já o formato MultiVivo, inaugurado em abril para 3G e que permite compartilhar um plano pós-pago de smartphone entre outros dispositivos móveis, conta com franquia a partir de 6 GB no LTE, conforme antecipado por este noticiário. Cada smartphone adicional custa mais R$ 49, enquanto um tablet ou modem adicional custa R$ 29. Na configuração máxima, o plano com 1.200 minutos off-net (fixo e outras operadoras), cinco aparelhos adicionais e pacote on-net (com roaming, SMS e ligações ilimitados) sai por R$ 579.
Os smartphones compatíveis com o LTE ofertados até o momento na Vivo são o Samsung Galaxy S3 LTE e S4; Motorola Razr HD; LG Optimus G; Nokia Lumia 820 e 920; e o Sony Xperia ZQ. A operadora espera disponibilizar até o final de maio o LG F5, o Samsung Galaxy Express e o BlackBerry Z10. O tablet Samsung Galaxy Note 10.1 4G também deverá ser lançado pela operadora na mesma época.