A base de usuários 2G está em declínio no Brasil, como demonstram os números mais recentes divulgados pela Anatel, mas o tráfego de dados pelos terminais de segunda geração continua crescendo, puxado principalmente por aplicações de comunicação entre máquinas (M2M), revelou o diretor de transmissão e acesso da Vivo, Átila Branco, durante o evento LTE Latin America, nesta terça-feira, 29, no Rio de Janeiro. "Isso nos impede de fazer o refarming para 3G e 4G", disse o executivo. "Refarming" é o reaproveitamento do espectro antigo com redes de novos padrões.
Entre março de 2013 e março de 2014, a base de conexões 2G na América Latina diminuiu de 531 milhões para 489 milhões, de acordo com dados da associação 4G Américas. No mesmo período, a base de banda larga móvel (HSPA+ e LTE) passou de 133 para 213 milhões. A expectativa é de que o 3G supere o 2G em quantidade de conexões na região em 2015.
Argentina
Na Argentina, onde há 15 anos não acontecem novos leilões de espectro, as operadoras tradicionais foram obrigadas a fazer refarming do 2G para o 3G. "Esse processo gerou certas instabilidades na rede", reconhece Martín Piñeiro, diretor de tecnologia da operadora argentina Personal Telecom. Lá, 50% da frequência ainda é usada em 2G. Segundo o executivo, o GSM cumpre um papel importante no serviço de voz, garantindo uma boa qualidade das chamadas, o que dificulta uma aceleração da migração para o 3G e um desligamento da rede antiga.
Dentro da América Latina, o Brasil é o país que mais alocou espectro para serviços de telefonia móvel até o momento, atingindo 39% da meta de 1.300 MHz recomendada como ideal para 2015 pela UIT. Colômbia e Chile vêm em seguida, com 32% e 30%, respectivamente. A Argentina leiloou até o momento apenas 15% desse total recomendado pela entidade internacional.
