O churn das operadoras celulares em mercados emergentes é alto, mas pode ser reduzido com o lançamento de serviços de pagamento móvel. Essa é a opinião do diretor de serviços de valor adicionado do grupo América Móvil, Marco Quatorze. "Ao se associar o número telefônico a uma conta bancária, talvez consigamos mudar essa dinâmica do usuário de trocar de operadora móvel a cada nova promoção", disse o executivo, durante painel sobre os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) no Mobile World Congress, em Barcelona, nesta quarta-feira, 28. Algumas horas antes, em outro painel, o CTO do Citibank, Don Callahan, anunciava o lançamento em março de serviços de m-payment em parceria com a América Móvil no México.
Na discussão sobre os BRICS participaram também representantes de operadoras da Rússia, da Índia e da África do Sul, além de um executivo do Baidu, site de busca chinês. Dentre os cinco países, os números da Índia são os mais impressionantes: churn médio de 10% ao mês, receita média por usuário (ARPU, na sigla em inglês) na casa de US$ 3/mês, 95% do mercado é pré-pago, e 95% da receita provém de voz e SMS, disse Rajiv Bawa, diretor da Telenor na Índia.
Preços, regulamentação e impostos
Entre os principais desafios das operadoras móveis dos BRICS foram destacados três pontos: o alto preço dos smartphones, a pesada carga tributária, (especialmente no caso brasileiro) e a regulamentação restritiva. Mikhail Gerchuk, diretor da russa Vimpelcom, atribuiu a baixa penetração de smartphones em mercados emergentes ao alto preço dos aparelhos. Na Rússia, a penetração de smartphones é de 11,4% atualmente.
Sobre regulamentação, Quatorze, da América Móvil, disse: "os países mais inovadores são aqueles com a regulamentação mais aberta. Em certos países seria impossível abrir empresas como Facebook".