Na recuperação do Rio Grande do Sul, foco da Oi é a casa dos clientes

Gustavo Brambila, diretor de operações da Oi

O trabalho de recuperação da infraestrutura de telecomunicações no Rio Grande do Sul ainda está longe do fim, mas segundo Gustavo Brambila, diretor de operações e infraestrutura da operadora, o momento agora exige outras prioridades em relação ao período mais crítico vivido em maio. "Se naquele momento a gente tenha como foco a infraestrutura de backbone para assegurar que as cidades estivessem conectadas, agora o foco é no retorno das pessoas às suas casas", diz ele.

É um momento muito diferente, explica o executivo, porque ele precisa acompanhar o ritmo de regresso dos moradores, o trabalho de religamento das redes elétricas e a limpeza que ainda está sendo feita em muitos bairros e cidades. "Agora estamos refazendo essa rede de acesso e trocando os equipamentos residenciais. Já podemos dizer que a maior parte do trabalho foi feita e os serviços estão ativos praticamente no mesmo patamar que estavam antes das chuvas, mas para a população tudo ainda está longe de uma normalidade, por isso não dá ainda para comemorar nada", reitera Brambilla.

Essa segunda fase do trabalho, diz ele, foi planejada com base nas informações da própria rede. "Olhamos como estava o funcionamento típico da nossa rede antes das chuvas e comparou com o depois. Constatamos ali pelo menos 24 cidades em que havia mais de 20% dos terminais de banda larga desligados,e a partir daí estabelecemos um ranking de prioridades", explica. Os mutirões de religamento da rede de banda larga acompanhavam também os mutirões de recuperação da rede elétrica e de limpeza das ruas. Em algumas cidades mais afetadas, foi preciso refazer inclusive a rede externa, já que a inundação superou a altura dos postes e toda a rede ficou comprometida.

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A Oi se planejou para manter equipes adicionais e a operação em regime de emergência até o final de julho, o que significa um contingente maior de pessoas e equipes de plantão permanente para o caso de interrupções. "Ainda que nessa fase agora a nossa preocupação seja o acesso, tem muita obra acontecendo de recuperação, então isso pode causar danos para a rede. Por isso deixamos equipes junto a estas obras monitorando para evitar acidentes com a rede".

Outro fato inesperado vivido pela Oi em junho foi um súbito aumento da demanda por novas instalações. A explicação pode estar no fato de que, como muitas empresas ainda não conseguiram se recuperar, os clientes procuram o que está disponível, e a Oi, que utiliza rede da V.tal, conseguiu voltar a operar em praticamente todas as cidades que estava antes. "Foi um aumento de 80% em relação ao ritmo de novas instalações antes da enchente, e isso exige da nossa parte uma preparação específica".

Tanto os pedidos de novas instalações quanto as solicitações de religamento também estão ajudando a Oi a entender a dinâmica das cidades. "Muitas vezes, a gente não sabe se as pessoas voltaram para suas casas em determinado bairro, mas quando começa a ter demanda, a gente percebe que é uma área ativa e nos posicionamos para atender". 

Já as redes de backbones que tiveram que ser criadas para substituir rotas destruídas devem ser mantidas pela Oi. "Se antes havia uma redundância dupla, agora vai ser tripla, mas pretendemos manter a rede", diz ele.

A recuperação da rede de telefonia fixa está se dando dentro da diretriz que a operadora já seguia, que era a substituição de tecnologia de cobre por alternativas: VoIP ou WLL (acesso wireless). 

Também para clientes corporativos o que está acontecendo é um upgrade da infraestrutura para fibra, quando necessário, e a Oi também vê uma demanda por novas instalações no segmento B2B. "Acredito que os motivos sejam os mesmos do mercado residencial: a rede está funcionando hoje".

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