Um estudo apresentado durante o MWC 2024, que acontece esta semana em Barcelona, pela Computer & Communications Industry Association (CCIA – associação internacional que representa empresas da indústria de computação, comunicações e internet, incluindo Amazon, Google, Meta, X e Apple) mostra preocupação com a possibilidade de o Brasil vir a cobrar as plataformas de cloud e CDNs pelo uso das redes de telecomunicações. Esta cobrança é um dos cenários possíveis dentro do debate sobre quais serão as regras e balizadores do relacionamento entre empresas de Internet e empresas de telecomunicações diante do alegado desequilíbrio de condições.
Segundo a associação, existem hoje no Brasil mais de 200 clouds e CDNs públicas que poderiam ser afetadas por este tipo de cobrançca, e as consequências seriam, segundo a análise apresentada, o aumento de preços dos serviços para provedores de conteúdo, consumidores finais e mesmo ISPs, que se beneficiam do uso das CDNs para buscar os conteúdos mais acessados.
O estudo de 34 páginas foi eladorado pela Analysys Mason (disponível aqui) e não traz dados econômicos, mas sustenta que esse debate já foi superado pela Europa e reitera que em países como a Coreia do Sul, onde uma cobrançca pelo uso da rede por parte de grandes provedores de conteúdo foi estabelecida, houve desincentivo a investimentos. "Independentemente de como a taxa é estabelecida, ela reduz a capacidade e o incentivo dos provedores de nuvem e CDNs de investir em suas redes, prejudicando a qualidade da experiência para os usuários finais", diz o relatório da Analysys Mason.
A CCIA, patrocinadora do Estudo, se juntou à Aliança pela Internet Aberta e diz que apesar da análise ter sido realizada em cima dos debates no Brasil, os resultados são aplicáveis a outros mercados.