Um debate entre fundos de venture capital, investidores anjo e analistas financeiros durante o Mobile World Congress, que aconteceu esta semana, em Barcelona, mostrou que, do ponto de vista dos investimentos em empresas inovadoras e financiamento de start-ups, existem diferenças significativas entre a realidade de mercados emergentes e mercados maduros. Mais do que isso, existe, na visão dos analistas e financistas, uma diferença brutal entre a realidade do Vale do Silício e do resto do mundo. "A realidade dos países emergentes não é a mesma da Califórnia", disse Tracy Isacke, diretora de desenvolvimento de negócios da Telefônica Digital. Para Sean Park, do fundo Anthemis, os países emergentes muitas vezes funcionam como laboratórios para testar modelos diferentes de negócio. "Nos EUA, os modelos são quase sempre os mesmos, mas países emergentes, com outras realidades econômicas, apresentam oportunidade para testes de modelos".
Uma das características que distinguem regiões como América Latina de mercados desenvolvidos é a presença de smartphones. Além da penetração ser mais baixa, há uma menor familiaridade com o uso da tecnologia. "Nem todo mundo tem iPhone ou Android, e é difícil entender isso quando só se olha para a Califórnia", disse Park. Para ele, as melhores oportunidades de investimento são aquelas que exploram o potencial real de desenvolvimento na região.
Os investidores apontaram as áreas que consideram mais promissoras para a atração de recursos de investidores na área de mobilidade: pesquisas e soluções que permitam economia de bateria, qualquer coisa que tenha potencial na área financeira, ferramentas de produtividade inovadoras, aplicações que complementem a atuação das empresas de conectividade, aplicações na área de saúde e ferramentas de criação colaborativa.
