Telefónica registra queda nas receitas em 2013, mas diminui dívida líquida

O grupo Telefónica apresentou queda nas receitas e no lucro operacional durante o ano, especialmente nas operações na América Latina, de acordo com o resultado financeiro do quarto trimestre divulgado nesta quinta-feira, 27. Ainda assim, o grupo espanhol, que controla a Telefônica/Vivo no Brasil, procurou ressaltar pontos positivos, como a redução da dívida líquida e crescimento nos acessos móveis, e divulgou um novo plano estratégico que planeja trazer 1,5 bilhão de euros em economias por ano.

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Em comunicado, o chairman executivo da Telefónica, César Alierta, afirmou que 2013 foi um ano de transformação para a empresa com o "retorno do crescimento orgânico (ou seja, desconsiderando desvalorização cambial e outros aspectos financeiros), estabilização de margem progressiva e melhoria na flexibilidade financeira compatível com o fortalecimento do potencial de crescimento da companhia". Para 2014, Alierta diz que vai continuar a acelerar o crescimento de receitas ao gerar sinergias. Assim como a operação brasileira, o grupo espanhol diz que vai focar em serviços de dados, sobretudo em cobertura de fibra na Espanha e no Brasil e na disseminação do 4G pela Europa e América Latina.

A meta para o ano é continuar a transformação organizacional da empresa, anunciada na quarta-feira e que deverá continuar a levar a companhia a se tornar cada vez mais digital. Para isso, a Telefónica está lançando um novo plano de sinergia que tentará economizar 1,5 bilhão de euros por ano nos próximos anos, embora não tenha detalhado como conseguiria isso.

A companhia festejou ainda uma dívida líquida abaixo do guidance para 2013 (que era de menos de 47 bilhões de euros), fechando o ano com 45,4 bilhões de euros. O guidance para 2014 é deixar a dívida líquida abaixo dos 43 bilhões de euros."Para tanto, vamos continuar a executar nossa estratégia de otimização de portfólio de ativos, liberando recursos não-estratégicos, o que vai nos permitir melhorar nosso posicionamento e potencial de crescimento em mercados chave, organicamente e inorganicamente, através do investimento aumentado em 2014", afirma Alierta no comunicado.

Brasil atrás da Espanha

As receitas da Telefónica no ano somaram 57,061 bilhões de euros, queda de 8,5% em relação a 2012. Mesmo a divisão mais rentável do grupo espanhol, a Telefónica Latinoamérica, observou queda de 4,3%, totalizando 29,193 bilhões de euros. Não ajuda o fato que a área da Europa na empresa tenha tido queda de 10,6%, totalizando 26,840 bilhões de euros. No último trimestre do ano, as receitas caíram 8,9% e totalizaram 14,436 bilhões de euros, novamente com recuo em todas as áreas de atuação da empresa.

As operações da Telefônica/Vivo no Brasil somam mais do que o dobro de acessos (92,749 milhões) do que os da Espanha (41,654 milhões), mas a subsidiária brasileira mais uma vez fechou o ano atrás em receitas: 12,217 bilhões de euros, contra 12,959 bilhões de euros da operação espanhola. Durante o primeiro trimestre de 2013, o Brasil chegou a obter mais receita do que a Espanha, mas a tendência logo foi revertida – muito em decorrência da desvalorização do Real em relação ao Euro.

O lucro operacional caiu 12,5%, total de 9,450 bilhões de euros no ano. Considerando somente a América Latina, a queda foi de 20,1%, fechando o período com 4,805 bilhões de euros, enquanto a Europa se manteve estável com 5,211 bilhões de euros. No 4T, a companhia registrou 2,765 bilhões de euros, queda de 0,9%, com a América Latina caindo 21,5% e totalizando 1,475 bilhão de euros.

O OIBDA (lucro operacional antes de depreciação e amortização) do grupo espanhol somou 19,077 bilhões de euros em 2013, queda de 10,1%. Mais uma vez, a América Latina foi a grande responsável pela queda, recuando sozinha 15% no período, total de 9,439 bilhões de euros. No quarto trimestre, o OIBDA total da Telefónica foi de 4,977 bilhões de euros, queda de 8,7%. Novamente, a divisão latino-americana puxou o resultado para baixo ao ter mostrado queda de 20,3%, fechando os três meses com 2,549 bilhões de euros.

Já o lucro líquido da empresa totalizou 4,593 bilhões de euros, crescimento de 16,9%. Considerando somente o período de outubro a dezembro, a quantia foi de 1,448 bilhão de euros.

A Telefónica destinou um Capex de 9,395 bilhões de euros (recuo de 0,7%) em 2013, sendo 5,352 bilhões para a América Latina (queda de 3,7%). Segundo a empresa, essa quantia inclui 1,224 bilhão de euros em aquisição de espectro, o que considera também o pagamento de 185 milhões de euros (R$ 450 milhões no terceiro trimestre) com licenças no Brasil.

Operacional

Em dezembro do ano passado, a Telefónica somou 316,760 milhões de acessos no mundo, crescimento de 2,2%. Os acessos de telefonia fixa caíram 1,7% e totalizaram 39,338 milhões, enquanto os acessos de banda larga (incluindo ADSL, fibra e cabo) recuaram 0,8% e fecharam o período com 18,448 milhões de acessos. Na telefonia móvel, o grupo espanhol aumentou 3% e contabilizou 254,717 milhões de linhas (65% de pré-pagos); e na TV paga foram 3,602 milhões de acessos, crescimento de 8%.

A companhia afirma que houve no período sete milhões de adições líquidas em clientes pós-pagos na América Latina, o que, diz, promoveu a aceleração da penetração de smartphones, que chegou a 22% na região após crescer nove pontos percentuais. A empresa tem no mercado latino-americano 221,1 milhões de acessos, 4% a mais do que em 2012.

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