Executivos acusam Anatel de lentidão

A Anatel está atuando com lentidão e não consegue acompanhar a evolução dos serviços e da tecnologia para fazer as adaptações necessárias na regulamentação do setor de telecomunicação. A opinião foi expressa nesta terça, 26, por executivos que participaram do painel que discutiu a convergência dos serviços fixos e móveis, na Futurecom. Praticamente todos se mostram preocupados com a sinalização de que o governo poderá esvaziar o poder da agência, que gradualmente vem perdendo profissionais com expertise. Além disto, a Anatel tem se mostrado ineficiente para acompanhar a evolução do setor. As operadoras têm feito promoções de serviços e produtos convergentes não contemplados pela regulamentação, mas a agência não tem mostrado agilidade para se posicionar a respeito.
À frente da Brasil Telecom GSM, Ricardo Sacramento repetiu novamente durante o seminário que trabalhará no limite da lei, sem transgredi-la, para continuar a convergência com a Brasil Telecom. ?O bundling de produtos e serviços está sendo criticado pelos concorrentes e amado pelos clientes?, afirmou Sacramento. Ele garante que enviou à Anatel cópia de todas as cartas que encaminhou aos concorrentes propondo os mesmos serviços que mantém com a operadora fixa do grupo.
Mas não se trata apenas de isonomia, disse ao TELETIME News o vice-presidente executivo de operações da Vivo, Paulo César Teixeira. A parceria, segundo ele, tem que ser baseada num acordo comercial e o interesse, ou não, das partes se associarem. ?Eu sou o líder?, lembrou Teixeira, para questionar em seguida por que se associaria com uma entrante e usaria sua força comercial para alavancar vendas para este concorrente. A idéia é que quem seria mais beneficiado com tal acordo seria mesmo a BrT, que não teria praticamente nada para oferecer em troca, pois sua operação ainda é quase inexistente.

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A quem interessa o acordo?

Ao invés disso, a Vivo faz outros acordos com a Telefônica e a PrimeSys, a primeira sua parceira acionista e a segunda pertencente ao mesmo grupo. Oferecem soluções integradas para o mercado corporativo, e não o residencial, alvo principal da BrT GSM. Mesmo assim, Teixeira disse que a Vivo tem o cuidado de se ater à regulamentação, que é estanque hoje, pois a Anatel não acompanha a velocidade dos passos, disse. Cita como exemplo o PABX digital que tem saída para ligações para celulares. Seria mais fácil colocar um E1, mas a regulamentação não permite. E arremata: ?A convergência está distante. Depende de tecnologia e de quanto custa.? O que existe, de fato, segundo o executivo, é uma soma de soluções de celular e fixo, estimulando o tráfego entrante em cima do sainte.

Bluephone

Fustigado pelo coordenador do painel, Gilson Rondinelli, que disse que os vendedores não têm o mesmo discurso do presidente da BrT em relação ao Bluephone – o aparelho híbrido para serviços fixos e móveis -, Sacramento colocou a British Telecom numa situação desconfortável ao cobrar da empresa publicamente os aparelhos celulares com a tecnologia Bluetooth, que possibilita a comunicação com mobilidade restrita. Esses aparelhos são estratégicos para a operadora oferecer os serviços híbridos de telefonia fixa e móvel. ?Vocês ficam falando, mas não vêm nunca com o aparelho?, reclamou. ?E ele tem que custar abaixo de R$ 500.?

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