A Nokia não tem intenção de fabricar handsets com receptores de TV digital terrestre embutidos. A afirmação foi feita nesta quinta, 26, durante o Congresso da SET (Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão), realizado em São Paulo. Na visão da empresa, o serviço de vídeo pelo celular será transmitido em streaming, através da própria rede celular.
Esta visão foi contestada, durante o painel, por Roberto Franco, presidente da SET, que disse que o modelo da TV aberta é diferente do celular, pois não há cobrança de airtime. "Para o serviço existir, a recepção deve ser gratuita. Na hora em que o usuário acionar algum serviço interativo, ou partir da TV para um portal de internet, por exemplo, aí sim ele usará a rede móvel, gerando receita para a operadora", afirmou.
Conflito
O problema, na verdade, é grande para os radiodifusores. Eles querem que, com o advento da TV digital, as empresas fabricantes de celular incluam em seus aparelhos chips sintonizadores das frequências de UHF. A Nec tem um modelo em protótipo com essas características, por exemplo, que está inclusive em demonstração no evento da SET. Com isso, as TVs ampliariam significativamente o potencial de audiência e poderiam explorar melhor os atributos de mobilidade e portabilidade.
Acontece que as operadoras de celular não gostam desse modelo. Entendem que, por serem elas que subsidiam os aparelhos, o modelo ideal é que o vídeo seja transmitido pela própria rede das celulares, em streaming, gerando, portanto, tráfego. A briga é grande e promete esquentar daqui para frente.
A revista Teletime desse mês traz reportagem em que o vice-presidente da Vivo, Luiz Avelar, critica o modelo proposto pelas emissoras de televisão.
