Sky diz que modelo de "catch-up" na Internet é ilegal

Conteúdo premium da TV paga exibido na Internet com uma janela de apenas horas ou dias? "Nosso entendimento é que isso é ilegal e assimétrico", diz o presidente da Sky, Luis Eduardo Baptista, o Bap.
Assim como já havia dito o presidente da Net, José Felix, em entrevista à revista TELETIME de março, o presidente da Sky também se mostra descontente com a negociação de conteúdo premium (como séries) por parte dos estúdios a portais e sites dos próprios canais. Para a Sky, a gratuidade do serviço de TV pela Internet coloca os operadores de TV por assinatura em uma flagrante desvantagem econômica, na medida em que competir com um concorrente que disponibiliza o seu produto a custo zero representa uma concorrência desleal.
Segundo Baptista, existe uma cadeia de valor que começa no cinema, passa para o home-video, depois para o pay-per-view, para os canais pagos de conteúdo premium, para os canais básicos da TV paga e então vai para a TV aberta. Os players de Internet, segundo Bap, têm "furado essa fila", e se colocado ao lado da TV paga. "Se os portais não cobram pelo conteúdo, ele não vai ganhar dinheiro e ainda assim vai destruir o negócio de quem ganha", afirma. "Se o modelo deles é publicidade, então eles deveriam se posicionar junto à janela de TV aberta".

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Para o executivo, o problema está no topo da cadeia, ou seja, nos produtores de conteúdo. No entanto, quem tem sofrido as pressões para que a cadeia não sofra são os programadores, afinal, são eles que colocam uma série de imposições aos operadores para que esses carreguem seus canais. Ele usa uma analogia para explicar: "Ao comprar uma caixa de bombons, um consumidor tem que levar aquilo que gosta e aquilo que não gosta. Com a TV por assinatura é assim também: eu preferia só oferecer o 'bombom mais gostoso', mas o modelo não me permite. No entanto, o cara de Internet colocou uma barraquinha do meu lado e está oferecendo só o bombom mais gostoso e de graça", compara. "Se o conteúdo mais Premium vai ser negociado com a Internet, vamos deixar o assinante da TV paga comprar só aquilo que ele quer", afirma, lembrando que os operadores licenciam conteúdo dos canais por pacote e não por programação isolada. E questiona: "quanto tempo vamos bancar uma coisa quando tem alguém oferecendo de graça?"
Ele lembra que o problema está no modelo de "catch-up", ou seja, aquele que exibe a programação na Internet após poucas horas ou dias da exibição pela TV. No caso de conteúdos de acervo, o problema não existe. "Não tem problema nenhum o conteúdo estar na Internet depois que já caminhou nessa cadeia", conclui.
Mais informações sobre os conteúdos de canais pagos na Internet estarão na edição da revista TELA VIVA de abril.

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