Credores dificultam negociações para venda da BCP

A venda da BCP para a Telecom Américas só não sai porque os bancos credores do US$ 1,7 bilhão devido pelos controladores não manifestam qualquer intenção de chegar ao nível de desconto pretendido por compradores em potencial, entre os quais os mexicanos da America Móvil (controladora do Telecom Américas). O desconto pretendido está em torno de 60%, como já havia informado TELETIME News. A conta é simples: a referência de mercado é de um custo de até US$ 400 por assinante, que é o valor pago pela joint venture da Telefônica com a Portugal Telecom pela TCO. Apenas para pagar a dívida, o custo por assinante da BCP é superior a US$ 1 mil.
Não há hipótese de reprodução de um desconto do tipo obtido pela Vésper (cerca de 80%). Mesmo porque, grande parte da dívida era junto a fornecedores e não a bancos, como é o caso da BCP.
Outra alternativa, que vários credores estão rejeitando, seria a transformação de parte dos débitos em participação acionária. O problema é que a BCP parou de crescer. Precisa de dinheiro para estimular vendas, para "hedgear" dívida e para investir em novas tecnologias.

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Telemar

Em teleconferência realizada nesta quarta, 26, para apresentação dos resultados de Telemar em 2002, Marcos Grodetzky, diretor de tesouraria e de relações com o mercado da holding, confirmou mais uma vez a análise da empresa de uma possível compra da BCP. Mas deixou transparecer que a possibilidade de ocorrer o negócio é remota. Como ele observou, a Telemar foi apenas convidada a avaliar a compra da operadora paulista, assim como outras empresas.
Gordetky comentou que o interesse de se levar a Oi para São Paulo não é novidade, e que isso ficou claro a partir de participação da Telemar no leilão das sobras do SMP no ano passado. Da mesma forma, ficou claro também que a empresa tem um limite de investimentos, a partir do momento em que se retirou do leilão no repique de propostas, vencido pelo Telecom Americas. Portanto, conclui o executivo, a Telemar quer entrar em São Paulo, desde que pague um "preço justo" por isso.

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