52% das empresas brasileiras estão preocupadas com segurança de APIs

Marcos Oliveira, country manager da Palo Alto Networks no Brasil

Considerado um ponto de atenção nas operadoras e provedores de telecom, os riscos associados ao uso de APIs estão entre as principais preocupações de companhias brasileiras. A avaliação consta em um estudo divulgado nesta terça-feira, 25, pela Palo Alto Networks, empresa global de cibersegurança

No relatório State of Cloud-Native Security, foram considerados 2,8 mil executivos e profissionais de departamentos de desenvolvimento, segurança da informação ou tecnologia da informação em quatro regiões principais: América do Norte, América Latina, Europa, Oriente Médio e África, além da Ásia do Pacífico (Emea). 

Segundo o relatório, 52% das empresas brasileiras expressam apreensão com a utilização de APIs no dia a dia, acima da média global, de 43%. Esse conjunto de regras – também conhecidas como interfaces de programação de aplicações – funciona como a porta de entrada para a troca de dados e a integração de diferentes aplicações, e será fator importante na monetização de redes 5G.

Notícias relacionadas

Para o country manager da Palo Alto Networks no Brasil, Marcos Oliveira, os números de percepção de risco demonstram uma maior maturidade das empresas nacionais sobre a compreensão do funcionamento de APIs na comparação com as estrangeiras.

"É um segundo estado de maturidade. As companhias já viveram, viram e, agora, conseguem ter um olhar periférico. Hoje, essas conexões via API dentro das empresas são um perigo. Você está abrindo a porta da sua casa para que todo mundo entre", ilustrou Oliveira. "Então, tem que haver uma organização, um cuidado e uma cultura de maior atenção perante a isso."

Realizado de forma online entre 20 de dezembro de 2023 e 17 de janeiro de 2024, o levantamento conta com indústrias de segmentos como mídia e telecomunicações, produtos e serviços de consumo, recursos energéticos e industriais, tecnologia, serviços financeiros e saúde.

Alerta com funcionários

Ainda de acordo com o Oliveira, os executivos consultados durante o levantamento apontaram que as ameaças de criminosos estão direcionadas para a obtenção de informação privilegiada ou acesso dentro das organizações para a criptografia de arquivos e extorsão com exigência de resgate.

Neste sentido, o country manager da Palo Alto Networks no Brasil reconhece que ainda é um desafio de conscientizar parte dos executivos de alto escalão em relação às práticas adotadas pelos funcionários. O estudo identificou que enquanto 43% das empresas já estão utilizando Inteligência Artificial (IA) e 96% planeja fazê-lo nos próximos 12 meses, 50% dos colaboradores usam a tecnologia sem permissão.

Além disso, 80% dos modelos públicos podem sofrer com jailbreak, quando as limitações impostas pelas companhias desenvolvedoras de tecnologia são removidas para explorar falhas e instalar novos softwares. Neste sentido, foram identificados mais de 100 modelos maliciosos de IA disponíveis.

"Em muitas empresas, a área de segurança responde para TI. Em companhias mais maduras, a divisão de segurança é autônoma e indica o que pode ou não ser feito pelos colaboradores de TI em acordo com as normas. O nosso maior desafio é identificar o executivo que olha a empresa como um todo e tem responsabilidade com relação ao risco", explica Oliveira.

O chefe de segurança para a Emea e Latam da Palo Alto, Haider Pasha, acrescenta que com a evolução e o surgimento de tecnologias de ponta, como a IA generativa, um olhar holístico é ainda mais necessário.

"Muitos dos nossos clientes e organizações quando olham para os próprios padrões, não analisam as novas tecnologias. E alguns desses padrões duram 20 ou 30 anos. Você precisa continuar adaptando, mudando isso. A escala e sofisticação dos ataques cibernéticos estão mudando com a Inteligência Artificial", afirma Pasha.

Investimento elevado em cloud

As companhias brasileiras também investem mais em soluções de nuvem. Em âmbito global, 59% das empresas investiram US$ 10 milhões ou mais (mais de R$ 52 mi) em cloud no ano passado, patamar abaixo do Brasil, que chega a 61%.

Dessa forma, o Brasil supera países como Índia (onde esse nível de investimentos é adotado por 59% das empresas) e Japão (57%). Singapura lidera o ranking (73%), seguido por México (72%) e Estados Unidos (70%). 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!