Grupo prepara primeira rede de DVB-H no Brasil

O Brasil pode ter, em breve, uma rede de DVB-H, tecnologia que permite a oferta de TV por assinatura para celulares. A diferença é que o DVB-H é uma tecnologia de broadcast, que permite a transmissão de canais de forma independente da infra-estrutura das operadoras móveis. Quem comanda o projeto é o ex-diretor de marketing da Telemar, Alberto Blanco. Desde que deixou a operadora, no final de 2006, o executivo começou a trabalhar sigilosamente nesse projeto. O segredo foi mantido a sete chaves por mais de um ano, mas agora é revelado às vésperas do primeiro teste-piloto.
Blanco disse a este noticiário que a empresa Participe TV tem o suporte de outros investidores, cujos nomes não revela. Para iniciar o projeto, a companhia comprou a empresa Nova Comunicação e Radiodifusão Ltda, que detém a licença do serviço especial de TV por assinatura (TVA) para operar um canal de UHF no Rio de Janeiro. São licenças que permitem a transmissão na forma aberta e também na forma paga. Por não serem licenças de broadcast, não estão obrigadas ao uso da tecnologia ISDB-T, adotada pelas emissoras abertas.

Em busca de licenças

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Estão em negociação parcerias com detentores de licenças de TVA em outras cidades. O plano de negócios de Blanco tem como meta a conquista de 5 milhões de assinantes em cinco anos, com o serviço lançado em cinco cidades. ?Da mesma forma que o pré-pago trouxe a massificação do celular, a TV móvel fará a massificação da TV por assinatura?, aposta o executivo.
Uma antena já se encontra instalada no morro do Sumaré, no Rio de Janeiro, e o primeiro teste aguarda apenas a aprovação da Anatel para ser iniciado. O head-end será instalado na Barra da Tijuca. O executivo espera iniciar no final de março o teste, durante o qual serão transmitidos de graça dez canais ? cinco ao vivo e cinco em loop. As negociações com os canais estão quase fechadas, mas os nomes ainda não podem ser divulgados. São, inclusive, canais de TV por assinatura.
Blanco adianta que haverá certamente um canal adulto e outro infantil.

Conteúdo exclusivo

Além disso, está previsto um canal com conteúdo exclusivo para celular, que contará com material oriundo de produtoras independentes nacionais. A tecnologia atual permite a oferta de até 12 canais com boa qualidade de imagem ? 30 frames por segundo. A compressão é em H.264 (MPEG 4).
Enquanto faz os últimos preparativos para o teste, a Participe TV está próxima de fechar contrato com uma grande operadora de celular para o lançamento comercial do serviço. A idéia é que a cobrança seja feita pela tele e a receita seja dividida com a Participe TV. ?A assinatura mensal custará menos de R$ 50. Teremos também a opção de acesso semanal e diário. Se o usuário quiser ter acesso por um único dia, o preço será menor que R$ 7?, descreve Blanco. O canal de retorno será a rede celular, através da qual se dá a interatividade. Provisoriamente, o serviço da Participe TV foi batizado de ?VTV?, mas o nome está sujeito a mudanças depois de assinada a parceria com uma operadora.
O executivo acredita que será possível fazer um lançamento comercial dentro de 12 meses. Para cobrir todo o Rio de Janeiro será necessário instalar cerca de 20 antenas. Provavelmente elas serão postas em sites onde já houver ERBs da operadora parceira.

Handsets

Blanco acredita que os primeiros modelos de celulares com receptor DVB-H chegarão ao Brasil custando em torno de R$ 1 mil. ?Em dois ou três anos esse preço deve cair bastante?, aposta. Paralelamente, a Participe TV negocia com um grande fabricante internacional o lançamento no Brasil de um modelo com receptores para o padrão brasileiro de TV digital e para DVB-H. Seria, portanto, um aparelho capaz de receber tanto o sinal gratuito das TVs abertas brasileiras quanto o serviço de TV por assinatura a ser oferecido pela Participe TV.

Regulamentação

Segundo Blanco, de acordo com a regulamentação, nada impede que seja oferecido um serviço de TV por assinatura com tecnologia DVB-H com a licença de TVA. Pelo contrário: muitos canais em UHF com essa licença jamais cumpriram a função de oferecer efetivamente o serviço de TV por assinatura. Assim, no seu entender, a oferta de DVB-H em UHF com licença de TVA dá a esses canais a utilidade que lhe é prevista pela regulamentação. Para Blanco, o PL-29, projeto de lei que trará novas regras para o setor de TV por assinatura, ?está caminhando no sentido correto?, já que é agnóstico em termos de tecnologia.

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