Com Telmex, tele deverá ter novo perfil de dívida

Os investidores responderam bem ao anúncio da aprovação da compra da Embratel pela mexicana Telmex. As ações preferenciais ? justamente as que refletem mais as expectativas sobre o desempenho da companhia no longo prazo ? subiram 4,69%, fechando cotadas a R$ 7,82. Nos Estados Unidos, as ADRs subiam 7,69% no final da tarde.
Parte dessas expectativas positivas podem se frustrar, principalmente se o grupo liderado por Carlos Slim não conseguir utilizar sua força para mudar o perfil financeiro da operadora. Parte do mercado financeiro acredita que com a Telmex, não apenas viriam mais recursos para investimentos em novas atividades (telefonia local e banda larga), como seria possível mudar o alongamento de prazos e redução de custo da dívida. A Telmex capta recursos a uma taxa anual de 5% a 6%, enquanto a Embratel, na melhor das hipóteses, tem obtido dinheiro entre 15% e 16% ao ano.
?O normal é trocar logo de nível de taxas?, assegura um analista que acompanha de perto os passos de Carlos Slim. Foi isso que aconteceu, por exemplo, nas aquisições da América Móvil. Ele pondera, no entanto, que pode não ocorrer a curto prazo no caso da Embratel. ?A Telmex não poderá emitir legalmente dívida pelo risco México para depois empregar os recursos na Embratel, cujos custos financeiros se regem pelo risco Brasil?. Só poderia fazer isso depois de uma consolidação, fazendo uma oferta pública para a compra de ações no mercado, o que o analista não acredita que possa acontecer tão cedo. ?Tenho informações de que eles mesmos ainda consideram o empreendimento muito arriscado porque as receitas estão muito concentradas em longa distância, cerca de 70%, sem teste efetivo na competição pela telefonia local e banda larga?. Portanto, completa, só partiriam para a consolidação depois de asseguradas as possibilidades efetivas de expansão.

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Assim, o mais provável, é que a própria Embratel emita a dívida nova, porém com a garantia da Telmex, resultando em uma taxa em torno de 87% do CDI (entre 13,5% e 14% ao ano).

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