Globo controlará Brasileirão em todas as mídias até 2009

Um dos principais ativos em termos de conteúdo audiovisual no Brasil hoje é, sem dúvida, o conteúdo esportivo. Os papéis ainda não estão assinados, mas a Globo está muito perto de celebrar com o Clube dos 13 um acordo inédito na história de negociações de direitos esportivos no país, tornando-se parceira dos clubes na exploração dos direitos do Campeonato Brasileiro de Futebol até 2009 em todas as mídias. O acordo é inédito por duas razões: o valor e a amplitude.
Serão vários contratos, incluindo acordos específicos para exploração dos direitos em TV aberta, TV fechada, pay-per-view, games, TV interativa, Internet, celular e mídia estática (estádios). Cada categoria tem características específicas, sendo a Globo a responsável pela viabilização dos modelos de negócio nas novas mídias em parceria com os clubes.
No caso da TV aberta, a novidade é que a Globo terá direito a exibir três, e não mais dois jogos por rodada. O terceiro jogo será para atender demandas regionais, já que o modelo atual, que vale até 2005, tem causado pressões sobre os clubes por parte das torcidas e patrocinadores, dada a pequena exposição e acesso reduzido via TV paga.

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Os canais fechados da Globo (SporTV 1 e 2) terão dois jogos por rodada, e o restante das partidas do Brasileirão fica para o pay-per-view.
No caso do pay-per-view, os clubes aceitaram o modelo de revenue share, pois entendem que essa fórmula é a mais rentável no médio prazo. A tabela de remuneração, contudo, é progressiva: se a receita for inferior a R$ 20 milhões, os clubes ficam com 100% da receita líquida (que é a receita total menos 40% de taxa de produção). Ente R$ 20 milhões e R$ 30 milhões, o percentual é de 90%. Entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões, 80%. Entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões, 70%. Entre R$ 50 milhões e R$ 60 milhões, os clubes ficam com 60%. Entre R$ 60 milhões e R$ 120 milhões, os clubes ficam com 50% e acima disso ficam com 45% da receita.
Com TV aberta, TV paga e pay-per-view, a estimativa é que os clubes recebam da Globo cerca de US$ 300 milhões de 2006 a 2009, valores que podem subir dependendo do desempenho do PPV. Os clubes terão a prerrogativa de fiscalizar os custos de produção.

Novas mídias

Para as outras mídias, o modelo é de revenue share, ou seja, os clubes assumem o risco juntamente com a Globo, que desenha os modelos de negócio e propõe aos clubes de futebol. Os clubes ainda não sabem como podem ganhar dinheiro com celular, games, TV interativa e Internet, mas contam com a parceria com a Globo para chegar a uma fórmula e, principalmente, fiscalizar abusos. Por exemplo, os clubes estão extremamente descontentes com alguns portais que filmam os jogos e oferecem os gols a seus assinantes. Estes portais (como é o caso do UOL, dizem os dirigentes) alegam que estão prestando serviços informativos e que, por lei, têm direito a três minutos de imagens.
Em celular, não existe modelo desenhado, mas os clubes contam com a Globo para estabelecer parceria com as empresas móveis, pois acreditam que esse é um grande filão a ser explorado, assim como o segemento de jogos, estranhamente não explorado pelos clubes nacionais e onde também há registros de abusos de uso de imagem.
Os clubes também esperam da Globo mais firmeza contra programas de mesa redonda que abusam das imagens, passando trechos muito superiores aos três minutos previstos para programas jornalísticos. A idéia é que, no futuro, a Globo possa comercializar inclusive compactos dos jogos para esses programas, mas o modelo ainda precisa ser definido.

Reparte

A finalização do acordo entre a Globo e os clubes (os termos já estão aprovados pela diretoria)deveria ter acontecido nesta segunda, 22, mas a assembléia do Clube dos 13, que representa 20 times, terminou em impasse em relação à política de repasse dos recursos. É um problema interno do Clube dos 13, decorrente de uma disputa de forças entre os associados. Na quarta, em Porto Alegre, a diretoria do C13 deve se reunir para decidir a questão e então será marcada uma nova data de assembléia para deliberar e formalizar o acordo.

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