Aos poucos, a tecnologia de redes móveis de quinta geração começam a ganhar mais adeptos. Após a Comissão Europeia e diversos fornecedores, agora chegou a vez da agência reguladora norte-americana, a Federal Communications Commission (FCC). Durante evento da associação global GSMA nos Estados Unidos, a comissária da FCC, Jessica Resenworcel, propôs cinco ideias para a melhorar a política de espectro em 2020 e para "acelerar o caminho para o 5G".
Ela propõe incentivo para realocar espectro usado pelo governo, argumentando que da maneira atual, é um processo lento. Já a inovação deveria vir de uma "infusão de jovens engenheiros" com incentivo do governo. Outra proposta é de usar mais Wi-Fi: "acho que é hora de deixar para trás a noção batida de que enfrentamos uma escolha entre ondas licenciadas e não-licenciadas. Porque política boa de espectro requer ambos".
A comissária Jessica foi mais detalhista ao falar de políticas específicas de radiofrequência. Atualmente, grande parte das redes móveis é construída em espectro entre 600 MHz e 3 GHz. Ela diz que o futuro pode ser diferente, já que a indústria ainda está saindo de uma fase de transição das redes analógicas para digitais. Segundo diz, as redes de próxima geração "vão precisar acomodar mais tráfego vindo de mais dispositivos com taxas de dados mais altas. Ao mesmo tempo, vão precisar ter menor latência e conservar energia para estender a vida da bateria". A ideia é pensar diferente para encarar o desafio.
A abordagem sugerida é de tentar utilizar faixas de amplo alcance. "Deveríamos explorar se o espectro da faixa de 400 MHz pode ser reposicionado para uso de banda larga móvel", diz, embora sem considerar o espectro de 450 MHz proposto pelo governo brasileiro e já padronizado pelo 3GPP. Outra perspectiva é de tentar usar faixas ultra-altas, de 60 GHz até 90 GHz – também propostas pela Anatel. "Nesses alcances, podemos agregar espectro e permitir aplicações de uso intensivo de dados por meio de centenas de megahertz por vez". Justamente por conta do baixo alcance, a ideia é usar small cells na topologia de rede, conforme proposto por fornecedores como a Huawei.
Jessica Rosenworcel sugere ainda uma espécie de concurso em Washington para dar um prêmio a empresas que conseguirem achar uma maneira de usar espectro abaixo de 5 GHz de forma 50 a 100 vezes mais eficiente até a próxima década. "A recompensa poderia ser algo simples – digamos, 10 MHz de espectro usável para banda larga móvel". Ela afirma que, ao mesmo tempo, não é algo pequeno: esses 10 MHz seriam capazes de fazer o mesmo que a tecnologia de hoje faz com 500 MHz a 1 GHz. "Admito que não seja algo que a FCC possa fazer por si, mas acho que é uma dessas ideias grandes, corajosas e estranhas que valem uma olhada".