Desafios de cobertura móvel vão de rodovias a escolas; adensamento e localidades também preocupam

TELETIME TEC - Painel 2
TELETME TEC - Painel 2. Foto: Marcos Mesquita

Para o diretor de soluções de negócio da Huawei, Carlos Roseiro, há quatro áreas centrais que ainda carecem de cobertura e demandam uma atenção especial no que diz respeito à expansão da cobertura no Brasil: estradas, escolas, agronegócio e localidades remotas. 

Em discussão no painel sobre o desafio da cobertura para além dos grandes centros do TELETIME TEC 5G & Wireless, promovido pela TELETIME em São Paulo, o executivo ressaltou alguns dados importantes sobre a cobertura desses segmentos. Ele lembrou que 35% das estradas federais brasileiras ainda não estão cobertas.

A conectividade móvel para além dos grandes centros é um desafio permanente aos modelos de negócio, tecnologias e políticas públicas. Na opinião de Roseiro, hoje as estradas talvez sejam o grande desafio. 

Notícias relacionadas

"Na verdade, havia uma estratégia que estava planejada e que falhou, agora precisamos criar uma nova. Me preocupa um pouco deixar isso para 2026, 2027, 2028, para isso entrar como obrigação em tal uma licitação", defendeu. 

Adensamento urbano

Do ponto de vista do diretor de novos negócios da American Tower, Janilson Bezerra Junior, o maior desafio já é outro: o adensamento nas cidades. "A gente tem uma boa cobertura. Se você olhar, nos últimos 20 anos, o Brasil conseguiu uma cobertura de forma massiva, graças às políticas públicas, à forma como foi conduzidos editais… você consegue ter alguma conectividade. Então, o desafio hoje não é apenas estar conectado, mas ter uma boa experiência de conexão e de dados. O que falta é ir além da conectividade, porque a experiência depende de outros aspectos. Data centers são importantes, para garantir que a rede complemente as torres, e eles não podem ficar somente no Rio e São Paulo", explicou.

A maior preocupação de Bezerra Junior é com o que ele chamou de "adensamento positivo", ou seja, identificar aquelas localidades onde de fato não há nenhuma infraestrutura e desenvolvê-la. 

Ele destacou os esforços de complemento da cobertura com soluções aplicadas em postes, em fachadas de prédio, dentro do perímetro urbano. "Como estratégia das operadoras de serem mais precisas e eficientes, elas estão combinando bem a utilização das infraestruturas existentes com esse complemento pontual através de soluções de cobertura de nível de rua", alega.

O que não se vê é a expansão do número de torres. Para o executivo, em questão da expansão da infraestrutura no Brasil, "temos que ter sempre uma demanda clara, ou seja, uma demanda regulatória dentro de uma política pública. Uma demanda de negócio em si, com aquele viés que eu acho que no Brasil está muito forte, que é o de compartilhamento", defendeu. Quanto aos satélites, eles seriam complementares na infraestrutura de telecomunicações.

O papel das PPPs

No que diz respeito à expansão em áreas rurais e estradas, a Vero se vê, sim, como um agente na implantação desse tipo de cobertura. O CTO da companhia destacou que "os ISPs entram onde as grandes prestadoras não firmaram uma grande operação. Nós estamos nas pequenas cidades, a gente atende. O rural não é só dentro das fazendas do agronegócio, é a população que fica também às margens e a gente chega até ela".

Em meio à plateia, o CEO da Brisanet, José Roberto Nogueira, levantou outro ponto importante: a conexão das populações que vivem no entorno das rodovias ao redor do país e que também não têm acesso à conectividade. 

"No Brasil, há mais de 60 mil locais com buracos de cobertura. Às vezes vejo casas a 20, 30, 40 km das rodovias. Se você fizesse uma política pública para cobrir esses distritos, essas localidades que não estão sendo atendidas, você automaticamente já resolveria boa parte do programa de estrada e um pouco também é da cobertura rural", propõe.

1 COMENTÁRIO

  1. Acho importante esse tema. Hoje todos os municipios tem algum tipo de cobertura móvel em sua área urbana. Mas existem muitos distritos destes municipios com áreas urbanas ainda não cobertas. É imprecindivel que exista um plano pra levar cobertura a 100% deles. Se começarmos a cobrir as rodovias já resolveria boa parte desta demanda.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!