Vésper reclama de falta de explicação da Anatel

O presidente da Vésper, Luiz Kaufmann, reclama que ainda não recebeu da Anatel nenhuma justificativa para a negação de seu pedido de operar SMP na faixas de 1,9 GHz. A superintendência de serviços privados da agência simplesmente negou o pedido, sem qualquer explicação, diz ele, e a Vésper apelou então ao Conselho Diretor da Anatel, que ainda não emitiu parecer.
O executivo acompanhou a reunião da Comissão de Comunicação da Câmara dos Deputados para discutir a questão do uso da faixa de 1,9 GHz para o SMP nesta terça, 19.
A Vésper já discutiu o assunto com o Ministério das Comunicações e agora começa a se movimentar para conversar também com os deputados. O maior estranhamento manifestado pelo presidente da empresa é que durante a consulta pública para a Resolução 314, a agência confirmou o entendimento de que a operadora poderia prestar o SMP usando estas faixas. Já o Telecom Américas afirma que a agência negou que o SMP pudesse ser prestado em outra faixa, além da faixa de 1,8 GHz, durante a consulta pública do edital de licitação do SMP.

Na avaliação de Kaufmann, a Anatel mudou de idéia assim que a joint-venture entre Portugal Telecom e Telefônica anunciou sua opção de atuar exclusivamente com o CDMA. O grupo ibérico, com a recente compra da TCO e Norte Brasil Telecom, irá operar rede no padrão em 19 estados. "A agência achou que apenas nós, uma empresa pequena, usaríamos o CDMA, mas quando a joint venture anunciou sua posição, a tecnologia passou a responder por praticamente metade do mercado móvel e ainda abriu precedente para que a Brasil Telecom cogitasse seu uso", avaliou Kaufmann. Para ele, não há dúvida de que todo o imbróglio é fruto de uma disputa tecnológica, ao contrário do que afirma a Associação GSM. "Eles dizem que nós podemos usar a tecnologia coreana, que opera CDMA em 1,8 GHz, mas esses equipamentos têm um custo muito alto, o que inviabilizaria a prestação do nosso serviço para pessoas de baixa renda".