Resultados operacionais protegem Telesp Celular

Para quem apresentou resultados financeiros muito piores do que o mercado esperava, até que a Telesp Celular Participações (TCP) foi pouco penalizada na Bolsa de Valores de São Paulo nesta quarta-feira, 19. As ações preferenciais da empresa tiveram queda de 1,53%, cotadas a R$ 3,21 o lote de mil.
A própria holding já havia advertido, em fato relevante, para uma nova provisão em função da compra dos 17% remanescentes da Global Telecom. Mas foi pior: registrou uma pesada despesa de R$ 266,7 milhões com derivativos e um prejuízo de R$ 580 milhões no quarto trimestre, totalizando perdas anuais de R$ 1,114 bilhão. Convém lembrar que os analistas vinham esperando uma reversão de prejuízo para lucro, ainda que pequeno.
O fato é que a Telesp Celular está operacionalmente bem. Sua receita líquida (R$ 3,39 bilhão) cresceu 15,1% em 2002 e seu EBITDA chegou a R$ 1,45 bilhão, com margem de 42,8%, acima das estimativas. A empresa tem 6,06 milhões de clientes só no Estado de São Paulo, onde a TIM já entrou, mas ainda sem a força esperada.

A dívida de curto prazo da TCP está em R$ 2,068 bilhões. A intenção da empresa é de abater deste montante cerca de R$ 1 bilhão só com geração de caixa. O restante passará por uma rolagem, com captações via commercial papers (R$ 700 milhões), a serem lançados no mercado financeiro até o final deste mês, e com recursos de bancos.