Com seu modelo de negócios, a Apple e iOS dominam com facilidade a preferência dos desenvolvedores de aplicativos. "Os desenvolvedores primeiro fazem aplicativos para o iOS, que é onde tem mais dinheiro. Depois, se der tempo, desenvolvem para Android, que começa a ter uma base de devices já significativa. Só depois, numa terceira etapa – e que não se iniciou ainda –, é que pensarão em desenvolver para uma outra plataforma", explicou o CTO da Movile, Flávio Stecca, no painel "O futuro dos apps", que ocorreu durante o primeiro dia do Tela Viva Móvel, em São Paulo.
Ele ressalta, entretanto, que a tendência é de que o desenvolvimento se fragmente com a grande adoção do Android e o potencial do WP7 depois do acordo da Microsoft com a Nokia. "Com o OS da Microsoft chegando agora, será mais um pesadelo para o desenvolvedor. Teremos que montar uma equipe para desenvolver para WP7", diz o diretor da Maya, Adriano Santangeli. O arquiteto de soluções da Microsoft Brasil, Otavio Pecego Coelho, admite que a empresa se atrasou para lançar o seu sistema operacional e que agora terá de brigar para recurperar mercado frente ao Android e ao iOS. "A verdade é que houve muito foco em design, em aperfeiçoamento do Marketplace e no fechamento de parcerias. Estamos atrasados, mas chegamos num design muito bom e estamos apostando nisso", argumenta. Pecego explica que a Microsoft optou por um modelo intermediário entre o de seus concorrentes Android e iOS. "Temos um sistema operacional que dá pouquíssima abertura ao fabricante porque o OS também é uma marca e ter o controle do dispositivo cada vez fica mais importante. No celular, um aplicativo com desempenho ruim fica evidente muito rapidamente e dá uma má experiência para o usuário; por isso o Marketplace está cada vez mais rigoroso com terminais e aplicativos".
HTML5
Já o diretor da Maya, Adriano Santangeli, embora admita que as possibilidades dos HTML5 o agradem muito como desenvolvedor, acredita que estas demorarão a se concretizar. "Ainda há interesse das empresas de manter o desenvolvedor no sistema nativo, até mesmo como diferencial competitivo. O HTML5 vai crescer muito, mas conviverá com o desenvolvimento nativo por algum tempo".
Para o executivo chefe de negócios do C.E.S.A.R, Eduardo Peixoto, "com o HTML5 as aplicações poderão ser desenvolvidas apenas uma vez, sem precisar de todo trabalho de portar as aplicações. Peixoto compara o mercado de aplicativos ao de música, onde quem ganha não é que faz a música, mas sim as gravadoras – no caso, as lojas de aplicativos. "Hoje, para o desenvolvedor de uma aplicação que não faz grande sucesso logo de início, a loja de aplicativos funciona como calda longa e a receita acaba sendo muito pequena", conclui.