Setor aéreo pede mais tempo para medidas contra interferência do 5G nos EUA

Foto: Pixabay

Empresas do segmento aéreo, incluindo a brasileira Embraer, querem mais tempo para as medidas de mitigação na banda C para evitar interferência do 5G em sistemas de segurança de aviões. Várias entidades setoriais enviaram nesta semana uma carta ao governo dos Estados Unidos, à agência federal de aviação norte-americana (FAA) e à associação de telecomunicações NTIA pedindo pela extensão para até o final de 2023 dos prazos originais de dezembro de 2022 para pequenas aeronaves e julho de 2023 para a atualização de equipamentos da frota. 

A Associação das Indústrias Aeroespaciais (AIA) enviou ao TELETIME a carta, no qual outras associações e empresas do setor, como a Boeing e a Airbus, afirmam que não seria possível cumprir os prazos, apesar de esforços empreendidos – especialmente com as operadoras norte-americanas AT&T e Verizon. O documento ressalta que, mesmo depois de um ano de discussão sobre interferências da faixa de 3.700-3.980 MHz em equipamentos de radares altímetros, e a sete meses do prazo final, ainda há "riscos significativos ainda não resolvidos". 

Segundo as entidades, a situação continua a mesma em relação às preocupações de interferência nos sistemas de segurança. Elas citam um levantamento da FAA, que concluiu que, desde janeiro deste ano, mais de 100 "incidentes de potencial interferência 5G" foram detectados, sendo que "a maioria" com impacto direto nos sistemas de alertas de radares altímetros como os que avisam de proximidade da aeronave com o solo. "Infelizmente, as agências do governo dos EUA não parecem estar na mesma página a respeito dessas questões de segurança", diz o documento, citando não haver progresso na administração pública norte-americana. 

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A justificativa pelo não cumprimento do prazo se dá por impacto da crise da cadeia global de suprimentos para os radares, segundo as entidades do setor aéreo, e também por uma "falta de solução certificada". Citam ainda uma aparente demora da FAA em decidir que os critérios para os equipamentos não precisariam ser modificados. Por isso, as companhias aéreas e fabricantes "provavelmente não poderão cumprir os prazos" de dezembro deste ano e julho de 2023. 

Petição

A coalização do setor aéreo diz que é necessário que a Casa Branca busque com as agências federais uma solução que permita a operação do 5G sem causar prejuízos de segurança e mesmo de possíveis atrasos e cancelamento de voos. Possíveis saídas poderiam estar em uma petição da FAA enviada à NTIA e à agência reguladora de telecomunicações dos Estados Unidos, a FCC, na qual foram recomendadas mudanças regulatórias por medida de segurança. Mas esse conteúdo não foi tornado público. Por isso as entidades pedem ao governo dos EUA que publique o conteúdo inteiro dessa petição até a sexta-feira, 18. Até o momento, não houve nenhuma resposta pública por parte da administração Joe Biden.

Vale lembrar que a Embraer e a Anatel anunciaram no final do ano passado um estudo para detectar possíveis interferências no Brasil também. No Brasil, há banda de guarda para a proteção dos serviços de satélite na banda C, e as operadoras estão licenciadas a operar apenas até a faixa de 3,7 GHz. Procurada por este noticiário, a fabricante aérea não retornou até o fechamento desta matéria.

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