Enquanto não são resolvidas as barreiras regulatórias que dificultam o lançamento de serviços de acesso à internet pela rede elétrica, cresce o número de experiências de uso da tecnologia Powerline Communications (PLC) entre distribuidoras de energia para aplicações de automação e telemetria. A PLC, que consiste na transmissão de dados através da rede elétrica, seja de baixa ou de média tensão, tem sido utilizada especialmente em projetos das chamadas "smart grids". Uma "smart grid", ou "rede inteligente", é um novo conceito muito falado no setor elétrico e que significa montar uma arquitetura de rede mais eficiente e dotada de aplicações inteligentes e com alto grau de automação. Boa parte dessas aplicações podem ser comandadas via PLC, como o corte e a ligação remota de energia, a telemetria, dentre outras. O assunto foi tema do primeiro dia do Seminário Nacional de Telecomunicações 2008 da Aptel (Associação das Empresas Proprietárias de Infra-estrutura e de Sistemas Privados de Telecomunicações), nesta quarta-feira, 17, no Rio de Janeiro.
A Cemig, por exemplo, está investindo R$ 170 milhões até 2010 em um projeto de modernização de seus processos de medição. Um novo centro de medição será construído e haverá medição digital em 85 mil pontos da rede, que representam 48% da receita da companhia. A empresa também passará a medir 1,6 mil alimentadores de rede. Segundo o superintendente de engenharia e distribuição da Cemig, Arnoldo Morais, a companhia avalia qual tecnologia usará para a telemetria, mas é provável que sejam várias, incluindo PLC e redes celulares via GPRS.
Há dois anos a Cemig testa a tecnologia PLC na leitura de medidores de 3 mil consumidores na cidade de São João Del Rey. "Tivemos muitos problemas de ruído, mas a solução foi sendo aperfeiçoada ao longo do tempo", explica Morais.
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