O ministro das Comunicações, Hélio Costa, deixou claro que a instalação de um parque tecnológico de semicondutores é um fator preponderante para a escolha do padrão de TV digital a ser usado no Brasil, aliado, claro, aos quesitos técnicos. ?Não abrimos mão de dar um passo decisivo na indústria eletrônica no Brasil?, disse o ministro, durante visita ao Centro de Gerenciamento de Redes da Telemar, no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira, 17.
A Comissão Européia promete entregar na semana que vem uma proposta em prol do padrão DVB que contemplaria investimentos na indústria de semicondutores no País. Uma das empresas interessadas em participar é a STM. Costa, entretanto, ressaltou que o Brasil quer fábricas de verdade e não apenas um centro de design de circuitos eletrônicos, como chegou a ser veiculado. ?Centro de design de circuitos eletrônicos o País já tem em uma fábrica de telefonia celular?, afirmou.
O ministro reafirmou que os quesitos técnicos são também fundamentais e que, nesse ponto de vista, o padrão japonês, no momento, leva vantagem. Ele destacou que a TV digital precisa ser aberta e de qualidade, sendo sua transmissão gratuita também para celulares. ?Não defendo o padrão japonês. Defendo o interesse público, as necessidades do País?, explicou. E passou a responsabilidade da escolha do padrão para Lula: ?A decisão agora está nas mãos do presidente da República. E ele não tem prazo para decidir?, informou.
Copa
O ministro ainda acredita que haverá transmissão da Copa do Mundo em TV digital para o Brasil. Segundo ele, haverá um teste com 10 mil set-top boxes em São Paulo durante o evento. A operação comercial deve começar apenas em setembro, pois são necessários cerca de seis meses após a escolha do padrão para que os set-up boxes cheguem às prateleiras.
Costa espera que o preço de cada caixa gire em torno de R$ 100 e planeja oferecer financiamento com bancos públicos, como o Banco Popular, para a compra do aparelho em parcelas mensais de R$ 8 ou R$ 10.
Polêmica com as teles
A respeito das declarações que fizera no começo da semana de que as operadoras de telefonia faziam lobby e compravam a consciência de jornalistas, o ministro não quis tecer maiores comentários. O presidente da Telemar, Ronaldo Iabrudi, também saiu pela tangente: ?Não cabe a uma concessionária de serviços públicos comentar posições de uma autoridade do governo?.