Tecnologia da Centri promete economia de 48% no tráfego móvel

Com a demanda por dados sempre crescendo, o mercado de telefonia móvel precisa construir mais infraestrutura para atender aos usuários, mas isso significa mais investimentos altos. Pensando nisso, a companhia norte-americana Centri oferece uma solução que consegue otimizar e gerenciar a banda sem haver perda de informação, prometendo gerar uma economia de mais de US$ 800 milhões a uma operadora em cinco anos. A empresa, fundada em Seattle, Washington, completou em abril os primeiros testes com "uma operadora Tier 1" na América Latina e tem óbvio interesse no Brasil com a chegada da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Rio de Janeiro, em 2016.

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O fundador e CEO da Centri, Vaughan Emery, destaca que, em uma área densa, quando muitos dispositivos tentam se conectar a uma estação radiobase (ERB) de uma vez só, cria-se um problema de escoamento. "Nossa tecnologia pega esse tráfego e o torna mais eficiente, usando a interface de rádio, handsets e ERB, do backhaul até o gateway", explica, citando a solução BitSmart. Ele explica que, dessa forma, o usuário obtém o tráfego mais rapidamente, deixando a ERB livre para atender à demanda de outro dispositivo. Além disso, seria uma solução mais barata do que expandir a infraestrutura. "É melhor do que colocar fibra e microondas, nossa tecnologia utiliza a capacidade existente da rede."

Segundo Emery, há uma economia de 48,53% nos dados não-multimídia, isto é, tráfego de navegação, e-mail e mensagens over-the-top (OTT) como WhatsApp. Ele garante que a tecnologia não interfere na experiência do usuário, sem provocar latência.

Para conseguir isso, é utilizada uma técnica de identificação de "símbolos", ou dados repetidos. Assim, a solução reconstrói um pacote inteiro nas camadas de transporte. Ele também compartilha blocos de dados usados por mais de uma pessoa, economizando também nas requisições de pacotes. "Na verdade, conseguimos economizar, não repriorizamos e redistribuímos, que é o que todo mundo faz. Nós tiramos (os dados) da rede", compara. É uma espécie de "aceleração" do transporte de informações.

Outras soluções

A melhora na eficiência do serviço é, em especial, para conteúdo não-multimídia, apesar de funcionar para qualquer tipo de tráfego de pacote. Isso porque os pacotes multimídia são menos repetitivos e possuem menos padrões. "Nesse trial, não fizemos conteúdo de vídeo. Nosso próximo lançamento terá uma plataforma de vídeo, porque é uma parte crescente da rede e a tecnologia hoje está abordando o vídeo com redução de qualidade, diminuindo o impacto. Não achamos que isso é uma solução", detalha. O executivo garante que não haverá compressão com perda de pacotes, e que está "trabalhando em entender codecs" como da Apple (usado no FaceTime) e no formato H.264. A próxima versão do BitSmart voltada a vídeo deverá ser lançada no segundo semestre.

Emery explica que há ainda a possibilidade de instalar um software para os dispositivos do usuário para que a tecnologia seja aplicada, permitindo 25% de economia de banda. "É um pedaço de software que pode ser colocado na fabricação ou pelo provedor – ele usa o proxy reverso, redirecionando o tráfego para a rede móvel ou Wi-Fi. Colocamos para o cliente (a operadora) o benchmark e ele olha o midpoint. Todo o tráfego saindo do handset é sincronizado, então assim temos mais eficiência de espectro", detalha. Ele reconhece que o diálogo com fabricantes mais fechados como a Apple é mais difícil, mas diz que "não é impossível". Ele cita como parceiros atuais as operadoras japonesas NTT Docomo e Softbank, além da Samsung.

No Brasil

Vaughan Emery diz que foram realizadas reuniões entre o time de vendas da Centri, operadoras e a Anatel. "As reuniões foram focadas em regulações que a agência está usando para influenciar os consumidores, provedores e espectro licenciado para implantar. Há muito interesse para o que nossa tecnologia possa fazer para o mercado", diz. Ele não revela quais teles se interessaram no produto, mas garante que procurou todas. "Esperamos que um ou mais clientes com quem estamos trabalhado comece a usar a tecnologia até o final do ano", completa.

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