Gired decide que caixa popular terá Ginga C, mas sem modem embarcado

O Gired (grupo de implantação da digitalização da TV) decidiu, nesta sexta-feira, 15, por um modelo de conversor de TV digital que será distribuído aos beneficiários do Bolsa Família terá interatividade mais limitada. A proposta do aparelho escolhido foi apresentada pela Anatel na busca de consenso entre as demandas do próprio governo, que queria interatividade plena, e dos radiodifusores privados e teles, que fefendiam uma opção mais barata. A proposta técnica da agência se baseia em uma combinação de especificações. Como é uma proposta nova, ainda não há cotação do aparelho. A principal novidade do modelo definido é que ele não terá, de fábrica, um modem para o canal de retorno, mas terá possibilidade de receber esse módulo posteriormente.

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A caixinha escolhida, segundo o presidnete do Gired, Rodrigo Zerbone, terá o middleware de interatividade Ginga C, 512 de memória RAM e 2 GB de memória flash, mas não terá conexão bluetooth, WiFi nem modem 3G embutido, mas tem uma porta ethernet para ser conectada à banda larga fixa, se houver. Haverá duas entradas USB e os drivers adequados para receber um modem externo (dongle) 3G, 4G ou bluetooth. A caixa terá uma saída HDMI, uma RCA e uma entrada RF, para conexão com a antena de TV. Os dois fluxos de vídeo, ao invés de serem ambos de MPEG4, serão MPEG4 para o sinal HD e outro em MPEG1, usado para o picture-in-picture das transmissões em Libras (linguagem de sinais). Outra decisão do Gired foi de que a caixinha terá um ano de garantia, mas ainda não há detalhes sobre a logística de manutenção dos equipamentos.

O presidente do Gired afirmou que a proposta da Anatel optou por retirar alguns requisitos defendidos pelo governo que teriam um impacto financeiro muito forte. Mas ressaltou que o modelo escolhido, além de trazer o Ginga C, dá suporte à interatividade plena, sem custar tão caro quanto a versão mais avançada. Ainda assim, diz Zerbone, o valor é acima do cotado para o conversor mais simples.

A cotação e a compra da caixinha ficarão à cargo da EAD. Por essa razão, ainda não é possível saber quantos conversores serão comprados. De acordo com Zerbone, para o municípios de Rio Verde (GO), onde o desligamento do sinal analógico acontecerá no final deste ano, serão necessárias em torno de sete mil caixinhas.

A decisão saiu depois de um dia inteiro de reunião, que teve início às 10hs e foi concluída às 18hs. Segundo Zerbone, apesar de a proposta ter sido aprovada por todo o grupo, os representantes das teles fizeram uma declaração de voto, considerando a necessidade de o Gired avaliar constantemente a questão orçamentária para evitar a adoção de medidas que extrapolem o orçamento para a limpeza da faixa de 700 MHz, estabelecido em R$ 3,6 bilhões. As operadoras defendem também o acompanhamento técnico das medidas e uma consideração sobre os requisitos das caixinhas escolhidas, sem contudo mudar o voto do setor.

Além da decisão sobre o modelo do receptor, ficou estabelecido que, no futuro próximo, a EAD fará testes com um conversor com todas as especificações defendidas pelo governo, inclusive com canal de retorno, para avaliar questões técnicas e de custos. “A adoção desse equipamento plus será definida a partir do acompanhamento do orçamento previsto para o processo. Caso não seja possível, os testes servirão para orientar novas políticas públicas para o setor”, disse o presidente do Gired, Rodrigo Zerbone.

Esta semana, o ministro Ricardo Berzoini já havia sinalizado que a configuração da caixinha, apesar de permitir interatividade, teria que seguir as limitações orçamentárias do processo de desligamento. A solução encontrada deixa a porta aberta para ações como a distribuição em separado do módulo com o canal de retorno, mas isso dependerá de viabilização de orçamento.

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