O segmento brasileiro de telefonia móvel registrou uma queda de 34,6% nas portabilidades efetivadas em 2023, de acordo com dados da Associação Brasileira de Recursos em Telecomunicações (ABR Telecom), que administra a funcionalidade.
Entre janeiro e dezembro do ano passado, o setor somou um total de 5,51 milhões de números móveis portados. O montante está bem abaixo das 8,43 milhões portabilidades executadas em 2022.
A cifra também reverteu uma tendência de crescimento, pois o patamar do último ano foi o mais baixo desde 2018, quando foram feitas 5,27 milhões de portabilidades. O movimento coincidiu com um momento de maior "racionalidade" no mercado móvel após a saída da Oi, com os números apontando para um ambiente comercial menos agressivo.
Operadoras
Segundo dados da Anatel compilados pela consultoria Teleco, a Claro foi a operadora líder nas migrações dos clientes portados em 2023. No período, a empresa teve um saldo positivo de 709 mil portabilidades. Os resultados foram comemorados pela operadora em comunicado nesta segunda-feira, 15.
Com 176 mil portabilidades realizadas, a Vivo aparece em segundo lugar no ranking, seguida da Surf Telecom, com 82 mil. As perdas ficaram por conta de TIM, com uma queda de 776 mil; Algar Telecom, com redução de 29 mil; e Sercomtel, com recuo de 2 mil. Outras empresas tiveram, juntas, um saldo negativo de 218 mil pedidos, segundo os dados compilados pela Teleco.
A consultoria explica que, na portabilidade, as operadoras podem ser doadoras (quando o assinante deixa de assinar os serviços) ou receptoras (quando o cliente passa a contratar um produto). A diferença entre doação e recepção é o saldo, podendo ser positivo ou negativo.
Outro fator que chama atenção no relatório é que, com a tendência geral de redução da migração de usuários, as líderes do setor tiveram uma redução expressiva nos saldos, na comparação com 2022. Na Claro, o recuo foi de 60% (de 1,75 milhão de portabilidades realizadas para as 709 mil) e, na Vivo, de 87% (de 1,35 milhão para 176 mil).