Os planos de universalização e de inclusão digital do governo podem representar uma das principais alternativas para impulsionar os negócios de satélite no Brasil e ajudar a afastar a crise que se abate sobre este segmento. Foi o que se constatou na apresentação do conselheiro e vice-presidente da Anatel, Antônio Carlos Valente, no seminário "Soluções em telecom: as aplicações via satélite, promovido nesta quinta, 14, em São Paulo pela Converge Eventos.
Segundo Valente, o satélite pode ser utilizado na mediação para o acesso direto à rede IP previsto nas novas regras para acesso à Internet, em fase de elaboração pela Anatel, que entre outras mudanças prevêem a possibilidade de se atingir a rede a partir de acessos locais sem a necessidade de passar pela rede de STFC. O satélite, afirmou, seria a solução ideal para atingir as cerca de 12 mil localidades existentes no País que ainda apresentam dificuldades de acesso à rede fixa de telecomunicações. As novidades no acesso à Internet fazem parte do regulamento que já passou por consulta pública (nº 417) e aguarda a redação final e aprovação da Anatel.
Outra possível aplicação é a interligação dos telecentros, ou Postos de Serviço Telefônico (PSTs), e postos de atendimento em cooperativas rurais previstos no novo Plano Geral de Metas de Universalizaçao a entrar em vigor a partir de janeiro de 2006. Segundo Valente, estima-se que serão instalados 14 mil PSTs, sendo que os satélites devem cobrir entre 5% a 10% deste total. Além destes usos, o conselheiro da Anatel enumerou também o atendimento individual rural e as pequenas e médias empresas como mercados em potencial para a expansão dos serviços satelitais.
A Anatel encomendou à consultoria Spectrum um estudo completo sobre o cenário mundial do mercado de satélites que, na expectativa de Valente, deve ser concluído e divulgado a partir de setembro próximo.