A agência de inteligência e segurança britânica GCHQ estaria não apenas monitorando, mas também alterando serviços de comunicações como chamadas telefônicas, mensagens SMS, serviços over-the-top (OTT) como Skype e redes sociais como o Facebook. De acordo com documentos do ex-colaborador da agência de segurança norte-americana (NSA), Edward Snowden, publicados nesta segunda, 14, pelo site The Intercept, a intenção seria manipular a opinião pública por meio dessas plataformas.
O programa Warpath, por exemplo, permitiria "entrega em massa de mensagens SMS para suportar campanha de Operações de Informação". Com ele, a GCHQ poderia enviar mensagens com remetentes falsos. De maneira similar, o programa Badger permitia a mesma coisa, mas com e-mails. Mas havia ferramentas específicas também, como o Scrapheap Challenge, para usar endereços de e-mail falsos para alvos que utilizassem BlackBerry.
Imperial Barge era outro programa destinado a conectar dois telefones juntos em uma chamada. O Concrete Donkey tinha a habilidade de "espalhar uma mensagem em áudio para um grande número de telefones, ou repetidamente bombardear um número alvo com a mesma mensagem".
O Miniature Hero tinha outra função: monitoramento e gravações em tempo real do Skype, bem como o envio de mensagens bidirecionais e a coleta de dados de listas de contatos. Por sua vez, o programa Spring Bishop procurava fotos de "alvos" no Facebook, mesmo que fossem protegidas pelo usuário.
O documento, de julho de 2012, beira ao ridículo também, com recursos e tentativas exageradas de controle e monitoramento. Um deles é um programa específico (chamado de Underpass) para "modificar o resultado de votações online". Além disso, ferramentas como o Glitterball serviam para alterar capacidades online de games sociais, como o finado (inclusive na época do documento) Second Life.