Francisco Padinha, presidente da Vivo, afirmou que os investimentos da ordem de R$ 1 bilhão previstos pela operadora para este ano não incluem a compra de outras operações. Segundo o executivo, o atendimento nas áreas de Minas Gerais e Nordeste (exceto Bahia e Sergipe) será feito por meio de aparelhos dual technology CDMA/GSM, que devem estar disponíveis ao mercado até o final do ano. "Nossa estratégia foi cobrir os eixos Rio-São Paulo-Brasília. Minas Gerais é importante, mas não prioritário", comentou Padinha.
Os investimentos serão feitos em overlay CDMA (sobre as redes TDMA da TCO e NBT), no aumento de cobertura e na área de dados. A meta da Vivo é, segundo Padinha, dobrar a receita na área de dados em relação ao ano passado. Excluindo os números da TCO e NBT, as empresas que compõem Vivo obtiveram receita de R$ 90 milhões em 2002 com serviços de dados.
Padinha participou nesta quarta, 14, de uma audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados, para falar sobre a criação da joint venture Vivo. A maior parte dos deputados queria saber se a fusão das empresas (Telefônica, Telesp Celular, Global Telecom, TCO e NBT) não iria prejudicar a competição no serviço móvel. "O que aconteceu não foi a fusão de empresas mas uma junção do controle de várias empresas. Em nenhuma das regiões perdeu-se um competidor", explicou Padinha, completando ainda que "com o nível de competitividade no setor, é impossível que uma empresa do serviço móvel descuide da qualidade e pratique preços muito elevados".
CSP
Apesar de evitar comentar com sua opinião sobre a implantação do CSP, Francisco Padinha disse durante a audiência pública que a Vivo defende a convivência entre os dois sistemas de discagem. O executivo defendeu a tese de que o custo da ligação será maior para o consumidor com a nova marcação e lembrou que por conta do CSP da Telefônica, a Vivo não poderá oferecer um código próprio.
Outra garantia dada por Francisco Padinha é de que o processo de consolidação das empresas não deve acarretar demissões. Segundo ele, nos últimos 18 meses foram dispensados cerca de 500 empregados, mas sempre pela racionalização dos processos. Atualmente, o gasto com pessoal representa cerca de 7% dos custos totais da empresa, o que na opinião de Padinha não justificaria nenhum processo de demissão em massa.