[Atualizado em 16-02]: A agência reguladora britânica Ofcom revelou na última sexta-feira, 10, seu próprio cronograma para implantação da 5G com foco na destinação de espectro, sobretudo na faixa de 26 GHz. No relatório, a Ofcom afirma que a banda de 3,4 GHz a 3,8 GHz serão as mais utilizadas para 5G, embora preveja também espaço na faixa de 700 MHz, que já teria leilão previsto para 2018 ou 2019. As frequências mais altas em ondas milimétricas, de 24,25 GHz a 27,5 MHz (resumida como faixa de 26 GHz), ficariam destinadas a "novos serviços inovadores". Esses espectros foram definidos em conjunto com outros países europeus nos trabalhos do grupo de política de radiofrequência (RSPG, na sigla em inglês) e na conferência europeia de administrações postais e de telecomunicações (CEPT). A agência britânica afirma dar apoio total para a utilização da faixa de 26 GHz na Europa como a "banda pioneira" na região, comprometendo-se ainda em promove-la ativamente como prioridade para harmonização global.
Essa faixa de 26 GHz também está sendo usada para serviços de satélite no Reino Unido, além de links fixos (backhaul para estações radiobases e infraestrutura de redes privadas) e uso para serviços de defesa. Mas há apenas uma estação terrestre usando esse espectro no País, em um lugar afastado de áreas urbanas (Harwell). Até por isso, o posicionamento é de facilidade de coexistência entre serviços.
A reguladora britânica já tem um processo de licenciamento para facilitar testes, desenvolvimento e pesquisa no Reino Unido, e prepara uma consulta pública no primeiro semestre. Além disso, procurará contribuir para o trabalho preparatório de identificação de espectro da Conferência Mundial de Radiocomunicações em 2019 (WRC-19) da União Internacional de Telecomunicações (UIT), fazendo lobby "particularmente com a banda 'pioneira' de 26 GHz". As condições para a harmonização desse espectro estão em estudos em um projeto do CEPT, vinculado ao comitê de comunicações eletrônicas (ECC) e que irá avaliar a coexistência com outros usos, como o uso passivo nas faixas de 23,6 GHz a 24 GHz. As condições técnicas serão publicadas em um relatório da ECC com a CEPT em junho de 2018.
Para a faixa de 3,6-3,8 GHz, a Ofcom já liberou 150 MHz para serem leiloados em 2017, mas há uma proposta de destinar mais 116 MHz para serviços móveis – atualmente, a faixa é usada para estações terrestres para comunicação por satélite, além de links fixos para licença em banda larga. A entidade está analisando a consulta pública encerrada em dezembro passado e deverá publicar um relatório ainda neste primeiro semestre. Em longo prazo, a reguladora considera para 5G as faixas de 32 GHz a 40 GHz, e de 66 GHz a 71 GHz.
Escolhida pelos Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul, há uma pressão para destinação da faixa de 28 GHz para 5G. O governo brasileiro durante a WRC-15 defendeu esse espaço para a banda Ka, posição que foi corroborada em abril do ano passado pela Anatel. Na época, o gerente geral de espectro, órbita e radiodifusão da Anatel, Agostinho Linhares, disse que não haveria problemas, uma vez que os futuros terminais de quinta geração seriam multibanda e compatíveis com faixas de até 30 GHz. A Ofcom defendeu o uso da banda de 28 GHz para serviços de satélite. A lista da WRC-15 (Resolução 238) de espectro avaliado para 5G é a seguinte: 24.25-27.5 GHz, 31.8-33.4 GHz, 37-40.5 GHz, 40.5-42.5 GHz, 42.5-43.5 GHz, 45.5-47 GHz, 47-47.2 GHz, 47.2-50.2 GHz, 50.4-52.6 GHz, 66-76 GHz e 81-86 GHz.
O texto foi atualizado com informações sobre posicionamento da Ofcom a respeito da faixa de 28 GHz a pedido do Sindicato Nacional de Empresas de Telecomunicação por Satélite (Sindisat).