Conforme cresce a velocidade de acesso disponível aos assinantes, cresce também o risco de que esses clientes utilizem a rede para fazer download de aplicações ou de arquivos que não pertecem à operadora. Para que isso não ocorra, os participantes do painel "IPTV, FTTH, 3G e além: um balanço da estratégia das teles", que aconteceu nesta terça, 12, na ABTA 2008, concordam em um ponto: a necessidade de se implantar inteligência na rede, através de plataformas IMS.
Tanto empresas de cabo como as teles fixas estão investindo em rede de fibra ou em upgrades do ADSL para ofertar velocidades que permitem oferecer serviços de vídeo ou IPTV. Mas quem garante que o cliente, de posse de uma conexão de 20 Mbps, 30 Mbps, 50 Mbps, não irá optar pelo conteúdo livre da internet. Na opinião de Virgílio Amaral, diretor de estratégia e tecnologia da TVA, o consumidor quer comodidade, o que deve fazer parte da estratégia de criação de produtos das empresas. Ele citou um exemplo de uma empresa que disponibiliza aos assinantes um índice por ordem alfabética dos vídeos disponíveis. A maior parte dos downloads estão na letra "a" e "b". "As pessoas não vão até o final da lista. Elas querem comodidade", diz ele.
Na opinião de Rodrigo de Santi, da Ericsson as operadoras precisam colocar "inteligência na rede", que lhes permite criar ferramentas de fidelização do usuário, como a possibilidade de continuar assistindo na TV um vídeo que estava vendo no celular, por exemplo. "Essa ameaça é real. Ao mesmo tempo que elas têm a possibilidade de conseguir mais dinheiro do assinante, o risco é grande", diz ele. "Se as operadoras deixarem a inteligência na aplicação é entregar o ouro para as empresas de internet", completa.
ABTA 2008