Para o CEO da Brisanet, José Roberto Nogueira, a saída para se levar conectividade para as áreas remotas do Brasil passa pela criação de um "recurso carimbado exclusivo para áreas rurais" e políticas públicas, financiado pelas big techs.
As defesa foi feita em Brasília nesta quarta-feira, 10, durante evento sobre ecossistema digital e regulamentação da Internet promovido pela Editora Globo.
Segundo Nogueira, o investimento na expansão da infraestrutura para conectividade é "impossível" de ser feito apenas com recursos do mercado. O CEO justificou essa afirmação mencionando inviabilidades econômicas como entraves para levar rede para locais com menor retorno financeiro – e destacou a importância de levar conectividade para áreas periféricas.
"Para buscar esse recurso de R$ 40 bilhões ou R$ 50 bilhões até 2030 [para conectar áreas descobertas], a Brisanet acredita que uma forma é as big techs ajudarem nessa construção, no formato de uma taxa de contribuição exclusiva para expansão de rede em áreas rurais. Se essa taxa de contribuição não for carimbada, nós teremos o mesmo problema", afirmou o CEO.
Nogueira disse ainda que hoje as prestadoras de telecom podem ter acesso ao Fust, mas que esse fundo disponibiliza anualmente cerca de R$ 1 bilhão. "Se tem uma necessidade de recurso de R$ 40 bilhões ou R$ 50 bilhões até 2030 […] vai demorar 40 anos para o Fust fazer essa infraestrutura no mundo rural", afirmou Nogueira.
Ainda segundo o CEO, pode ajudar na sensibilização das big techs a leitura de que uma taxa de contribuição do gênero pode aumentar a base de clientes dessas empresas.