Qual será o modelo de produção de conteúdo para a TV digital móvel? Essa foi uma das questões apontadas pelos participantes do debate sobre TV digital que aconteceu nesta quarta-feira, dia 10, durante o 5° Tela Viva Móvel. Enquanto uns apostam na produção prévia do conteúdo, outros acreditam que os produtores (tanto os independentes quanto as próprias empresas radiodifusoras) só começarão a investir em conteúdo quando a distribuição do mesmo estiver garantida. "Não vejo desenvolvimento de produtos novos aqui. Há poucas alternativas para a incubação de conteúdo no Brasil, e esse modelo terá de ser revisto para que se pense em TV digital móvel?, diz Adalberto Vianna, consultor de empresas de telecomunicações e ex-executivo de diferentes empresas da Globo, da Americel e do SBT, após lembrar a experiência com a TV por assinatura, que teve seu início exatamente no sentido inverso, o de produzir primeiro e encontrar canais para a distribuição depois.
Por um lado, a produção de conteúdo demanda tempo e investimento, e as produtoras e empresas de radiodifusão podem não estar dispostas a assumir o risco de produzir e não ter canais para a distribuição dos produtos. "As operadoras não vão investir na viabilização enquanto não houver garantia de conteúdo. Por outro lado, os produtores não vão gastar cerca de seis meses desenvolvendo o projeto de um programa sem garantias de que terão os meios para distribui-lo?, afirma Roberto Franco, diretor de tecnologia do SBT.
Ele afirma que além da necessidade de meios para a distribuição, também é necessário que aconteça uma auto-regulação do mercado, na qual operadoras e radiodifusores encontrem o seu papel na TV digital móvel. ?Os participantes dessa cadeia precisam ter garantias de que quando esse mercado nascer e se desenvolver, todos eles terão acesso a ele de forma isonômica?, diz.
TV digital