A Telecom Italia, colocando-se na condição de acionista com cerca de 8% de participação no capital da Brasil Telecom S/A, entrou com um pedido junto à CVM para que sejam fornecidas pela operadora informações sobre o processo de compra do provedor iG e, adicionalmente, pede a abertura de procedimento administrativo visando futura abertura de inquérito contra os administradores da BrT e do Opportunity. O pedido da Telecom Italia foi protocolado na CVM na semana passada, no dia 7, e baseia-se nas recentes informações veiculadas em diferentes órgãos de imprensa segundo as quais a participação de fundos offshore geridos pelo banco UBS já teriam sido adquiridas pela BrT ou veículos do Opportunity (a estrutura acionária não está clara), garantindo à operadora 52% das ações votantes do provedor. Por esse percentual, teriam sido pagos US$ 40 milhões. Segundo outras informações veiculadas pela revista Veja, a participação no iG da Globenet (que por sua vez é uma empresa controlada 100% pela Brasil Telecom) também teria sido adquirida pela BrT. Agora, estariam em fase de finalização as conversas para a aquisição do restante do capital do iG, nas mãos da Telemar e dos acionistas controladores da Telemar (entenda-se Andrade Gutierrez e GP). No final do ano passado, o UOL News publicou informação de que a BrT se preparava para comprar, por um total de US$ 115 milhões, todas as participações no iG.
Na semana passada, a presidente da Brasil Telecom, Carla Cico, confirmou a analistas de investimento que a operadora está negociando a compra do controle acionário do provedor, mas não forneceu mais detalhes. Fontes ouvidas por este noticiário na ocasião revelaram que a aquisição seria feita em parte pela Metrored (controlada pela BrT) e, possivelmente, também por outros veículos ligados ao Opportunity, acionista controlador e gestor da BrT. O banco gestor, aliás, é também acionista do iG. A mesma fonte informou que a participação acionária de fundos estrangeiros no provedor já teria sido comprada pelo Opportunity, como revelou a revista IstoÉ Dinheiro, e que agora estaria em negociação a aquisição do restante das ações, pertencentes à Andrade Gutierrez, à GP Investimentos e à Telemar.
A Telecom Italia tem dúvidas em relação aos métodos de avaliação do iG e manifestou isso à CVM. Também desconfia que o valor que está sendo atribuído aos ativos do iG esteja superavaliado. Essa não é a primeira vez que Opportunity, Brasil Telecom, Telemar e acionistas da Telemar compram e vendem o iG entre si usando recursos das operadoras de telefonia. Em 1999 operação de compra semelhante foi feita pela Telemar, que na época pagou R$ 50 milhões. Antes disso, BrT e Telemar haviam adquirido participação no iG diretamente dos seus acionistas controladores.
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