Telemig Celular não será vendida às pressas

A Telemig Celular e a Amazônia Celular dificilmente serão vendidas ainda este ano. ?Não faremos uma venda açodada?, informou uma fonte ligada ao Citibank e aos fundos de pensão, para a qual é mais provável que o ativo seja negociado em 2007. O novo presidente, André Mastrobuono, assumiu nesta segunda-feira, 9, com a missão de botar ordem na casa e preparar as empresas para a venda. O executivo teve nesta data uma primeira reunião de apresentação com a diretoria da Telemig Celular, em Belo Horizonte.
Citibank e fundos de pensão controlam 51% do capital da Telpart, holding acima da Telemig Celular Participações e Tele Norte Celular Participações. O Opportunity detém os 49% restantes, por meio da empresa Highlake. Não está descartada a possibilidade de Citi e fundos sentarem-se à mesa junto com o banco de Daniel Dantas para fazerem uma venda conjunta das operadoras. ?Somos os controladores e queremos vender. E entendemos que eles também querem vender?, limitou-se a comentar a fonte.
Independentemente de uma negociação conjunta para a venda, a verdade é que os novos controladores não suspenderão os processos que movem contra a gestão do Opportunity na Telemig Celular. Além disso, farão uma auditoria na empresa e, se encontrarem irregularidades, tomarão as medidas cabíveis. ?É de praxe fazer uma auditoria quando se assume uma empresa?, informou a fonte. Na Brasil Telecom, essa auditoria rendeu uma série de processos da companhia contra seus antigos gestores. ?Na Telemig será mais simples e rápido que na Brasil Telecom porque é uma empresa regional?, estima.

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Confusão no horizonte

Vale lembrar que a principal participação do Opportunity na Telemig e na Amazônia Celular, por meio da empresa Highlake, que tem 49% da Telpart, não é uma posição livre de conflito. A Highlake surgiu com a compra da participação da antiga acionista da empresa, a TIW, em 2003. Por esta participação, o Opportunity pagou US$ 66 milhões. Só que o dinheiro para cobrir a oferta à TIW veio em parte da Brasil Telecom (cerca de US$ 44 milhões) e em parte do Citibank (cerca de US$ 22 milhões). A garantia dada pelo Opportunity, nos dois casos, foram debêntures. No caso da Brasil Telecom, elas já foram recompradas (nas condições que o Opportunity escolheu, sem que a BrT pudesse determinar a melhor saída). No caso do Citibank, este é um dos elementos na disputa judicial em curso na corte de Nova York onde o Citi cobra do grupo de Daniel Dantas indenização de pelo menos US$ 300 milhões por gestão fraudulenta e quebra de dever fiduciário, entre outras acusações. Dantas diz que o Citi tem direito a apenas 5% da Highlake. O Citi exige ter os 33% pelos quais pagou.
Vale lembrar ainda que o estopim da separação entre Dantas e Citibank, ocorrida no começo de 2005, foi justamente quando o Opportunity, ainda gerindo a companhia, resolveu colocar a Telemig e a Amazônia Celular à venda em leilão, em fevereiro do ano passado. Pelas condições do leilão criadas pelo Opportunity, haveria garantias de tag along para a Highlake. O Citi protestou, porque Dantas usara sua posição de gestor da companhia para se favorecer e conseguir um sobrepreço para uma posição minoritária.

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