A disputa de mercado entre empresas de radiodifusão e empresas de telefonia está se focando em um aspecto central: a questão da mobilidade. Evandro Guimarães, vice-presidente de assuntos institucionais da TV Globo, falou nesta quinta, 8, no semináro ?Políticas em Telecomunicações?, e foi enfático ao colocar que os radiodifusores querem, precisam e vão brigar para ter condições de oferecer a transmissão digital móvel de forma aberta e gratuita. Guimarães ressaltou este ponto em diferentes momentos, e revelou a este noticiário sua preocupação com uma certa pressão que vem detectando, por parte das teles, para que as TVs não tenham a possibilidade de fazer esta transmissão dentro de sua própria faixa, ou seja, para que as TVs precisem de outra faixa caso queiram a mobilidade. Se a impressão do executivo da TV Globo estiver correta, é mais um fator que justificaria a predileção das teles pelo padrão DVB de TV digital, onde a separação das faixas para a transmissão móvel e fixa é quase um pré-requisito técnico. É o modelo que se pratica na Europa. ?Da mesma forma que o usuário de celular tem a possibilidade de ter um celular com sintonizador de rádio FM, gratuitamente, ele terá a sintonização da TV?.
Sérgio Assenço, vice-presidente da Vivo para assuntos regulatórios, diz entender a posição dos radiodifusores, mas ponderou que o usuário é que vai escolher se vai ou não querer comprar um celular que sintonize canais de televisão. Questionado se a transmissão digital de TV para o celular afetaria o negócio das teles, que é vender conteúdo, Assenço disse acreditar que haverá complementação entre os serviços.
Luiz Eduardo Falco, da Telemar, foi mais longe. ?Esse ano devemos chegar a 110 milhões de handsets. Já estamos passando a base instalada de televisores no Brasil e logo podemos passar até a de fogão. Se o usuário compra, é porque ele quer?, disse, referindo-se ao interesse que os usuários terão nos novos serviços, mesmo que pagos.
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