A Associação NEO tem planos para ampliar seu escopo de atuação. Criada originalmente (em 1999) para facilitar o acesso de operadores de TV por assinatura independentes aos conteúdos das programadoras, a NEO passou por uma transformação e há alguns anos sua agenda é dominada por muitos dos temas ligados ao setor de telecomunicações, como espectro, processos de consolidação de empresas e competição entre grandes e pequenos operadores. A associação representa hoje cerca de 200 pequenos e médios operadores de banda larga e TV paga, com mais de 500 mil km de fibra e 12 milhões de assinantes. A agenda nesse momento está focada em três pautas, destaca Rodrigo Schuch, presidente executivo da associação, que assumiu a função em maio: 5G, Fust, postes e conteúdos. Não por acaso, foram estes os quatro temas principais do Evento NEO 2022, que aconteceu esta semana em Porto, Portugal.
Mas Scuch quer ampliar o escopo da associação: transformá-la em um clube de compras de equipamentos e serviços de telecomunicações, para facilitar o acesso de pequenos e médios provedores a tecnologias, e também criar uma grande CDN, uma rede de distribuição de conteúdos para ISPs. Schuch acredita que os 500 mil km de redes dos operadores associados pode ser um ativo importante nos acordos de troca de tráfego.
Este noticiário acompanhou, a convite da NEO, o evento em Portugal. Entre os operadores de banda larga associados, existe otimismo com o momento do mercado, mesmo com um cenário menos favorável para fusões e aquisições. O interesse dos ISPs por mercados estrangeiros cresce e muitos já comentam planos de abrir operações nos EUA, Portugal e Países da América Latina.
Talvez não por acaso, o diretor da Anacom (autoridade regulatória portuguesa), Luiz Roque, ao participar de um dos paineis sobre postes, comentou ao final o chamamento será feito pela autoridade para que empresas se candidatem a projetos de conectividade rural, o que despertou interesse de pelo menos dois provedores ouvidos por este noticiário.
A Associação NEO também tem se manifestado frequentemente em temas relacionados ao cenário competitivo entre PPPs e grandes operadoras, e indica que buscará fechar posições com outras associações representativas dos operadores regionais e locais para contestar as medidas regulatórias que entenddam ser favoráveis às teles. (O jornalista viajou a convite da Associação NEO)
