O diretor financeiro da América Móvil, Carlos Garcia-Moreno, admitiu que procurará a Oi para realizar uma oferta pela TIM, conforme noticiado pela agência Bloomberg.
"Estamos inicialmente interessados em falar com a empresa para entender a oferta e explorar a oportunidade", disse ele à Bloomberg. Em relação ao financiamento da operação, Garcia-Moreno disse que isso não será problema. “Eu não acho que isso será um problema. Considerando que haverá uma aquisição, nós olharíamos qual o tamanho dela, e provavelmente tomaríamos uma dívida", disse ele.
Garcia-Moreno negou-se a informar se há outras companhias envolvidas nessas conversas. "Eu acho que eles (Oi) conversaram sobre a possibilidade de haver outras operadoras com eles e estamos dispostos a explorar essa oportunidade", disse ele à Bloomberg.
Essa é a primeira vez que um executivo do mercado confirma o interesse em ao menos avaliar uma possível compra conjunta da TIM. Inicialmente, os boatos giravam em torno do fatiamento da companhia entre os atuais players. Mais tarde, especialmente após o calote de 897 milhões de euros que a Portugal Telecom tomou da Rioforte e que pôs dúvida na fusão com a Oi, surgiram notícias sobre a possibilidade de a Oi liderar um consórcio para a compra da TIM. As declarações do executivo da América Móvil, entretanto, denotam um interesse em iniciar conversas, uma vez que a Oi anunciou ao mercado o interesse em fazer uma oferta pela TIM, e não dão a entender que o acordo já existisse.
Há ainda possibilidade de que essas negociações afetem o leilão da faixa de 700 MHz. O que se comenta no mercado é que, considerando o fatiamento da TIM entre os três players nacionais, as operadoras deixariam a TIM sozinha no novo leilão do 4G, poupando-as do desembolso pela faixa.
Caso só a TIM participe, ela ainda poderá comprar a faixa nacional de 10 MHz + 10 MHz e, na segunda rodada, quando se aumenta o cap de frequências por operadora, uma faixa extra de 5 MHz. Para o governo, esse seria o pior dos mundos, já que o valor da limpeza da faixa será descontado dos recursos que vão para o Tesouro. A opção aqui seria então, uma vez a TIM tendo adquirido as faixas de 700 MHz, as demais operadoras a dividiriam já com novas frequências de 4G.
No entanto, fontes ligadas à Claro e à América Móvil acham muito improvável que a empresa participe de uma operação desse tipo juntamente com a Oi, que traz consigo um risco muito alto e baixa liquidez. Além do mais, reiteram as fontes, esse movimento não condiz com a forma que a América Móvil tradicionalmente conduz negócios, e que prioriza compra de empresas consideradas "baratas" (o que não é o caso da TIM).