Falta competição na oferta de roaming de dados internacional e é necessário adotar medidas para proteger o consumidor, de forma a evitar um choque quando vier a conta telefônica após retorno de viagens ao exterior. Essas são algumas das conclusões de um estudo realizado pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) comparando os preços cobrados pelo roaming internacional de dados por 68 operadoras móveis de seus 34 países-membros. A entidade identificou que após a União Europeia (UE) ter regulamentado os preços no atacado para roaming internacional, não houve uma redução proporcional nos preços cobrados ao consumidor final, "o que indica uma possível falta de competição nesse mercado", interpretam os autores do documento.
O estudo foi realizado no segundo trimestre de 2010 e comparou os preços para diferentes volumes de dados. Quando consumido 1 MB em uma única sessão, o preço médio é de US$ 9,48. Os viajantes que pagam mais caro por 1 MB são os canadenses: US$ 24,61, seguidos dos norte-americanos (US$ 22,06) e dos mexicanos (US$ 19,85). Os preços mais baratos por 1 MB em roaming são cobrados pelas operadoras da Grécia (US$ 4,17), da Islândia (US$ 4,42)e de Luxemburgo (US$ 4,46). É importante destacar que os preços em dólar foram calculados levando em conta a paridade de poder de compra.
Considerando-se apenas a UE, a OCDE aponta que houve uma queda de aproximadamente 80% no preço por 1 MB no roaming internacional em preços no atacado entre o quarto trimestre de 2007 e o segundo trimestre de 2010 quando o tráfego é feito em operadoras que não pertencem ao mesmo grupo. Trata-se de um efeito da regulamentação promovida pela UE para esse serviço. Os preços no varejo, que não são regulados, também caíram nesse período, mas em menor proporção: pouco mais de 50%. Ou seja: a margem das operadoras nos preços para os consumidores ficou ainda maior na Europa.
Os autores do estudo propõem algumas medidas para proteger os consumidores. Uma delas é o aviso, por meio de SMS, dos preços cobrados em roaming internacional sempre que o assinante viajar. Outra proposta é o estabelecimento de limites automáticos de consumo em roaming internacional para evitar sustos na conta.
