Ausência de celulares em audiência gera críticas de senadores

A Acel, associação que representa os operadores móveis no Brasil, não pôde mandar representante para a audiência pública sobre TV digital realizada nesta quarta, 8, na Comissão de Educação do Senado. E este fatou foi suficiente para que os senadores, normalmente alinhados com o pensamento das empresas de radiodifusão, se manifestassem com críticas duras às empresas de celular.
Ao chamar os convidados para compor a mesa, o presidente da Comissão, Senador Hélio Costa (PMDB/MG) disse que, assim como as outras entidades, a Acel estava convidada há quinze dias, e foi a única a não comparecer. De acordo com o senador mineiro, o presidente da Acel justificou sua ausência pelo respeito a um dos dispositivos de seu estatuto, que, no caso do impedimento do presidente, veda a indicação de um outro membro da diretoria para representar a entidade sem a designação explícita da própria diretoria em reunião. Hélio Costa afirmou que, por isso, o regimento da Acel era "atrasado", ao contrário da Abert e da Abinee, cujos presidentes também não compareceram, mas indicaram representantes para a audiência. O senador foi ainda irônico ao afirmar que a indicação destes substitutos teria sido feita com a utilização de um telefone celular operado por uma das associadas da Acel. Ao final da audiência, Helio Costa voltou à carga e afirmou que da próxima vez vai "convocar" e não "convidar" a associação. Dirigindo-se ao diretor de engenharia da TV Globo, Fernando Bittencourt, que estava representando a presidência da Abert (associação de radiodifusores), afirmou: "vocês tomem cuidado com estes senhores das celulares. Transmitindo os programas de televisão na telinha do celular, eles vão aprender a conhecer os seus anunciantes e aos poucos vão roubá-los todos".
De fato, a ausência da Acel na audiência pública impediu o que poderia ter sido um debate dentro do Congresso Nacional entre operadores de televisão aberta e um dos setores de telecomunicações, o dos serviços móveis, tão questionado nas suas pretensões de oferecer conteúdo através das redes de telecom.

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HDTV já

Com pouquíssimos senadores presentes, a TV de alta definição (HDTV) tornou-se a bandeira da Abert, como a opção mercadológica que pode viabilizar a introdução da TV digital no Brasil. Mas essa posição encontrou forte oposição do presidente da comissão, senador Hélio Costa, para quem isso é coisa "de rico" que somente vai emplacar no Brasil daqui a uns 20 anos. Apesar de oriundo do setor de comunicações, e de repetir à exaustão que TV digital é uma coisa e HDTV é outra muito diferente, o ex-repórter da Rede Globo, Helio Costa, não demonstrou muita afinidade com os novos conceitos relativos à televisão digital.

Evento

No dia 21 de junho a revista TELETIME promove em São Paulo o seminário Políticas de Telecomunicações: Desafios presentes e futuros. Um dos temas de debate é justamente a relação entre empresas de comunicação e de telecom, e as perspectivas de regulação para esse cenário convergente. Também serão debatidos os novos contratos de concessão das teles fixas. Participam do evento o presidente da Anatel, Elifas Gurgel do Amaral, o secretário executivo do Minicom, Paulo Lustosa, e o conselheiro da agência, José Leite Pereira Filho. Participam ainda represnetantes das teles fixas, móveis, associações e da TV Globo. Informações sobre o evento pelo site www.convergeeventos.com.br ou pelo telefone (11) 3120-2351 .

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