Depois de cobertura 100%, TIM quer abrir rede para desenvolvedores de aplicações sobre o 5G

Alberto Griselli, presidente da TIM. Foto: Divulgação

A operadora TIM chega ao final de 2022 com todas as cidades cobertas por redes móveis, informou Alberto Griselli, CEO da operadora, em almoço de final de ano com jornalistas realizado nesta quarta, dia 7. Segundo Griselli, após a aquisição da Oi, a operadora chegou à maior cobertura móvel do Brasil considerando todas as tecnologias. A TIM já tinha a maior cobertura 4G. E segundo o executivo, no 5G a cobertura da empresa já é maior, em número de antenas, do que a soma das concorrentes Vivo e  Claro.

Mas a questão de fundo é: o que esperar dos planos de negócio da operadora para além da cobertura e da conectividade 5G? Segundo Renato Ciuchini, vice-presidente de novos negócios e inovação, os novos modelos de negócio que demandam conectividade 5G não virão necessariamente da operadora. "Nossa visão é a de que precisamos desenvolver um ecossistema de empresas inovadoras que criem novos produtos e serviços em cima da rede 5G, e que a gente possa rentabilizar esse desenvolvimento", disse o executivo.

Uma primeira iniciativa nesse sentido, que deve chegar ao mercado no primeiro trimestre de 2023, é começar a abrir APIs de rede (uma espécie de interface de integração de software) para desenvolvedores independentes, e não apenas para parcerias já estabelecidas, como C6 (no setor financeiro) e Kroton (no setor de educação). "Queremos que empresas inovadoras possam ter acesso a algumas informações e dados da rede, inclusive 5G, para desenvolver novas ideias". 

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Renato Ciuchini, Chief New Business e Inovation da TIM. Foto: Divulgação

Segundo Ciuchini, a estratégia de longo prazo é ter um grande repositório aberto de APIs para desenvolvedores em que a TIM possa ser remunerada à medida que os serviços sejam desenvolvidos com essa integração.

A primeira iniciativa deve ser uma ferramenta de autenticação de usuário que confere em tempo real o número da linha, localização e IP associado a determinado aparelho, para permitir a verificação de autenticidade do usuário, hoje muitas vezes feita por meio de um token enviado por mensagem. "Será uma primeira experiência, mas teremos outras".

Segundo Ciuchini, conseguir aliar o potencial de geração de dados das redes 5G a aplicações é a forma com que as operadoras poderão viabilizar novos modelos de negócio para a rede 4G, pelo menos no mercado consumidor final (B2C). "É muito mais simples observar o valor do 5G nas redes B2B, com as redes dedicadas a aplicações corporativas, mas no B2C é preciso adicionar camadas que a gente não tem hoje. Isso vai trazer investimentos e evitar o ambiente regulado das telecomunicações, sem que a gente precise investir no desenvolvimento para coisas em que não temos competência", diz o executivo.

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