TIM vê benefícios na concentração de mercado e não teme restrições regulatórias

Foto: TIM Brasil/Divulgação

A TIM não se mostra preocupada, nesse momento, com as iniciativas da Anatel na tentativa de ampliar a competição móvel. Especialmente as possíveis restrições a acordos de RAN Sharing, que a própria operadora ressaltou serem essenciais para a estratégia de rentabilização da rede, durante o Investors Days, realizado nesta terça, 7, em Nova York.  Segundo Alberto Griselli, CEO da operadora, ainda se trata de um processo de consulta pública e com foco na competição do 5G. "Entendemos que o RAN Sharing traz benefícios sobretudo para o consumidor, e ele tem sido importante na cobertura de cidades com menos de 30 mil habitantes", diz Griselli. Ele também ressaltou que as restrições da Anatel, para cidades com menos de 10 mil habitantes nas faixas do 5G, tampouco teriam efeito agora, já que as obrigações de atendimento nestas cidades só se aplicam a partir de 2028, "então ainda temos um longo caminho pela frente".

Mário Girasole, VP de assuntos institucionais e regulatórios da TIM, lembrou ainda que desde a aprovação da Oi Móvel, a TIM foi obrigada a colocar espectro à disposição do mercado para interessados, "e ninguém apareceu", o que mostra, segundo ele, que o mercado móvel é um negócio de escala e investimentos elevados. 

O valor da concentração

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Na apresentação dos resultados, a TIM apontou como um avanço importante a concentração de cinco para três operadoras no Brasil, o que trouxe a competição para patamares saudáveis. Os outros dois competidores sairam do mercado porque faliram, disse Griselli, "o que indica que chegamos a um patamar mais saudável agora". A empresa destacou o aumento de 25% nas receitas ano-contra ano registradas no terceiro trimestre, 25% de crescimento no EBITDA e e 21% no EBITDA/CAPEX, resultados que segundo a empresa superara as metas iniciais em 12%, 17% e 60%, respectivamente. 

A TIM também destacou que o mercado tem muito a capturar em termos de oportunidades no mercado móvel. Por exemplo, o consumo médio no Brasil é de apenas 5 GB, contra 7 GB na Alemanha, 13 GB na Espanha, 18 GB na China e 31 GB nos EUA. O valor do serviço, considerando ARPU com a renda per capita, ainda é baixo em comparação com outros serviços, como transporte público, ou mesmo o preço de um café.

A TIM planeja manter o foco na ampliação da rede 5G, que segundo Leonardo Capdeville, VP de tecnologia da empresa, tem como vantagem reduzir significativamente o custo de ampliação da capacidade e de manter a estrutura preparada para o crescimento de tráfego. 

Sergundo ele, o ritmo aparentemente mais lento de adoção do 5G em relação ao 5G não é real, quando se compara o crescimento de tráfego. Segundo Capdeville, a aceleração do 5G é natural com a migração dos dispositivos para 5G, e em termos de aumento de uso da rede, o 5G está se mostrando muito mais eficiente do que o 4G. "Hoje temos a certeza de ter uma rede muito mais eficiente e preparada para o crescimento". 

Ganhos 

A compra da Oi Móvel trouxe resultados relevantes para a TIM. Por exemplo, um ganho significativo de espectro (hoje a operadora diz ser lider nesse quesito, com 4,6 MHz de espectro por usuário da rede), um processo de otimizaçao das torres que já permitiu o desligamento de 5,3 mil antenas, acima do projetado para este ano, um crescimento de ARPU para R$ 30, uma queda significativa nas taxas de churn e um crescimento das adições líquidas.

 

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