O Ceitec (Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada), empresa do governo federal destinada à pesquisa e produção de chips, vai concentrar o foco de atuação no desenvolvimento de componentes para TV digital e para a banda larga. A informação foi dada pelo novo presidente da empresa, Cylon Gonçalves da Silva, ao salientar que o Ceitec terá um papel decisivo no desenvolvimento das telecomunicações no país.
Ele observou que a estatal é uma das companhias envolvidas no desenvolvimento de tecnologia para o plano nacional de banda larga, cujo objetivo é ampliar o acesso em alta velocidade à internet no país. "A ideia é desenvolver o WiMax no Brasil, que é uma tecnologia de transmissão de sinal sem fio com um alcance maior, que pode chegar a um ou dois quilômetros", disse Silva.
Silva adiantou que outra área de atuação do Ceitec será na de TV digital. Ele garantiu que empresa tem condições de projetar e fabricar o componente-chave para a TV digital, que é o demodulador do sinal digital que equipará os televisores que serão fabricados no país.
"O Brasil já fez várias tentativas de implantar uma indústria de microeletrônica, mas por razões econômicas e de mercado, nenhuma delas teve muito êxito. Agora, há uma janela de oportunidades. O país vive uma demanda por desenvolvimento de tecnologias em várias áreas, como em telecomunicações", analisou Silva.
A Cietec opera na elaboração e produção de projetos de circuitos integrados. A fábrica, que está em fase final de implantação e certificação, será a única na América Latina capaz de produzir chips. No Design Center, um dos componentes da empresa, são elaborados os projetos, criadas as patentes e conhecimento em processadores. O outro espaço da empresa é a fábrica, onde efetivamente serão criados os produtos. "Mas o Ceitec não vai lidar com o consumidor final. Será uma provedora de tecnologia para empresas que estarão no mercado", explicou o novo presidente.
A empresa já tem um produto em desenvolvimento, projetado pelo grupo que deu origem à ela, denominado Chip do Boi, dispositivo que permite rastrear e armazenar dados sobre o gado. "O chip foi pensado e produzido no Brasil, mas fabricado no exterior. Está em fase de testes em fazendas em Minas Gerais e Mato Grosso e é muito importante do ponto de vista do mercado interno e exportador", destacou Silva. O objetivo no curto prazo é colocar a fábrica para funcionar e levar o Chip do Boi para o mercado. "É um produto inteiramente novo, uma espécie de carteira de identidade com atestado de vacina do animal. Nele, ficam registradas a história e toda a evolução do animal", exlicou.