A TIM estima que em cerca de dois anos o tráfego de voz no mercado brasileiro será dividido igualmente entre a rede fixa e a rede móvel. De acordo com o diretor de tecnologia da operadora, Álvaro de Moraes Filho, no ano passado, 75% do tráfego cursou na rede fixa e 25% na rede móvel. Em contraposição, 69% da base instalada de telefones no mesmo ano era de telefones móveis, ante apenas 31% de telefones fixos. ?Esse desbalanceamento cria oportunidades para as teles móveis?, diz ele.
Segundo Moraes, ?a TIM se lançou a esse desafio? com a criação do novo pacote, complementar ao plano contratado: o TIM Casa, que com apenas dez dias de operação obteve adesão superior a 5 mil clientes por dia. Em uma região pré-determinada pelo cliente, o pacote tem tarifas mais atraentes para as chamadas de telefone móvel para o fixo do que as tarifas fixo-fixo. Os próximos passos da operadora são criar uma modalidade ?família? do plano. Desta forma, a franquia seria estendida para até quatro telefones, o que está previsto para ser lançado no início do ano que vem.
Além de incentivar o uso do telefone móvel, a TIM também pretende incrementar suas receitas com o provimento de conteúdo. Tanto é que durante apresentação na Futurecom ? que acontece esta semana ? Moraes disse que está disponível para conversar com os provedores. Segundo ele, a promoção da Rede Globo, que durante a Copa sorteou carros entre os participantes que enviavam SMS, gerou uma receita extra de R$ 1 milhão para a operadora.
Rede única
Na opinião de Moraes, a proposta debatida na terça-feira, 3, na Futurecom, para criar uma empresa de infra-estrutura que congregaria a rede de todas as empresas, deve ser ?analisada com cuidado?. Isso porque, segundo ele, a rede está muito ligada com a parte de TI, de forma que a rede única levaria grande parte dos sistemas das empresas. ?Isso engessaria as operadoras. A rede tem sistemas que fazem parte da inteligência e da estratégia de cada empresa?. Para ele, no mercado brasileiro, a rede ?ainda é o negócio da operadora?.