Fabricantes reconhecem que é preciso atender melhor o consumidor

A audiência pública da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados realizada nesta quarta, 4, para discutir os problemas de pós-venda de aparelhos celulares terminou com um simples um compromisso de intenções. O encontro reuniu representantes dos cinco maiores fabricantes de telefone celular no país (Nokia, Samsung, SonyEricsson, Motorola e LG), além de associações, Procons e DPDC.
Segundo Marta Euler, do Procon/SP, entre os maiores ofensores ao direito do consumidor estão a falta de peças de reposição, que costuma esticar o prazo de 30 dias para a devolução ao dono para seis ou nove meses; a recusa sistemática de prover o conserto sob a alegação subjetiva de oxidação da placa; e a negativa de centros de atendimento em oferecer a reposição legal. "Mais de 50% dos reclamantes levam mais de 30 dias para receber o aparelho em conserto na autorizada", criticou ela, devido ao desrespeito sistêmico aos prazos legais.
"A gente tem de melhorar, em velocidade maior, para atender os anseios do consumidor", reconheceu o representante da Samsung, seu vice-presidente Beijamin Sicsú, que admitiu dificuldades para acesso à assistência técnica dos assinantes das cidades pequenas, que só dispõem de envio por Sedex pelos Correios.

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Sicsu defendeu maior interação com os órgãos de defesa do consumidor, para estabelecimento de um canal de diálogo para superar a falta de assistência. Apesar disso, a representante do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça, Juliana Pereira da Silva, lembrou que uma ação judicial impetrada pela entidade representativa dos fabricantes, a Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee), contesta inclusive a essencialidade do produto, por decisão do DPDC, adotada ano passado.
Essa contestação fere os princípios da Lei de Defesa do Consumidor (CDC) que lhe dá o direito de: obter a troca do aparelho no prazo de uma semana, quando apresenta problemas; a devolução do valor; ou ainda abatimento do preço na troca por um outro.
"Se é tão fácil adquirir, por que é tão difícil de obter a garantia?", questionou o deputado Dimas Ribeiro, que sugeriu uma regra que estabeleça a transferência de parte dos lucros das empresas de telefonia móvel para investir em atendimento do consumidor. Outra ideia foi bem aceita pelo DPDC, que pretende levá-la adiante: afixar cartazes na revenda, indicando que não existe assistência técnica no local em caso de defeito.

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